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Bezerro valorizado faz Mato Grosso aumentar retenção de fêmeas

Nos últimos doze meses, o preço do novilho no estado teve alta de 4%, o que tem incentivado os pecuaristas a reservar mais vacas para reprodução

Fonte: Canal Rural

Com a valorização do bezerro, a retenção de fêmeas em Mato Grosso, principal produtor de carne no Brasil, aumentou nos últimos anos. Nesta estação de monta, a quantidade de matrizes em reprodução deve ser 5% maior que na última temporada, totalizando 12,5 milhões de cabeças.

Nos últimos doze meses, o preço do bezerro no estado teve alta de 4%. Os machos da raça nelore, com doze meses de idade, são comercializados por até R$ 1,3 mil. Isso tem incentivado os pecuaristas a destacar mais vacas para cobertura.

Criador de bezerros há mais de cinco décadas, Wagner Vicente da Silva viu o preço dos animais disparar sobretudo nos últimos três anos. “Hoje, você vende o bezerro com duas arrobas a mais do que você vendia há quatro anos. O preço compensa e a procura por bezerros é grande em função dos confinamentos”, explica.

Em uma fazenda com quase 1,6 mil vacas em reprodução, o pecuarista produz 1,2 miol bezerros por ano. A procura pelos bovinos é grande, e as atuais cotações favorecem os criadores. “O mercado está tão bom que não está compensando engordar a pasto, é melhor vender o bezerro para o invernista”.

D acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), nos dois primeiros meses deste ano foram abatidas 342 mil vacas no estado, 15% a menos que no mesmo período do ano passado. Nos próximos meses, a retenção de matrizes deve aumentar a oferta de animais.

A expectativa do gerente de projetos da Associação Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Fábio Silva, é de que a oferta suba para 3,96 milhões de animais disponíveis para abate no estado. “Se a tendência de maior retenção se manter, nós podemos chegar em 2017 com 4,3 milhões de bovinos e, em 2018, atingir o pico de oferta até ultrapassando 5 milhões de cabeças”, calcula.

O aumento da oferta de animais disponíveis para abate e a queda no consumo interno devem pressionar o preço da arroba nos próximos anos. Por essa razão, os pecuaristas devem ficar atentos na hora de realizar as compras. 

De acordo com Fábio Silva, o bezerro caro de hoje pode estar com preço menor quando pronto para o abate, por causa do excesso de oferta. “É preciso ficar atento às oportunidades de negócio”, afirmo o gerente.

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