Produtores rurais do Centro-Oeste estão preocupados com as más condições das estradas, principalmente a BR-163 e a BR-158, pelas quais é feito o escoamento da safra de grãos pelo Norte. Os dois grandes eixos rodoviários, sob responsabilidade do governo federal, levam cargas para portos ou estações de transbordos dos Estados de Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão, o chamado Arco Norte. A região é vista como fundamental para parte do escoamento dos grãos de Mato Grosso.
A avaliação é da Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja) e do Movimento Pró-Logística, que entre 3 e 6 de agosto realizaram a segunda parte da visita aos portos do Arco Norte. A primeira etapa ocorreu entre março e abril.
Na BR-163, grande parte dos trechos está licitada e algumas empresas estão trabalhando, informa o coordenador da Comissão de Logística da Aprosoja, José Rezende, em comunicado.
– Ainda faltam outras se instalarem. Ainda assim, mesmo as que já estão instaladas estão muito lentas, por vezes com trabalhos de péssima qualidade. Isso representa a ausência do governo – lamenta Rezende.
O diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, também vê uma desproporção entre investimentos da iniciativa privada e pública. Segundo ele, a soja e o milho de Mato Grosso estão movimentando a região. Vaz Ferreira diz que Miritituba, no Pará, por exemplo, deve alcançar 30 milhões de toneladas de escoamento em breve, total que era previsto para os próximos anos.
– Falta, porém, o governo dar condições nas vias de acesso às estações de transbordo de carga e aos portos – conclui.