O clima e a incidência de pragas podem comprometer radicalmente a produção de café e, entre as pragas mais temidas do produtor rural está a broca, que é considerada o principal problema da cultura, desnutrindo o grão do café com pequenos furos por onde a larva do inseto se instala e se alimenta.
Na Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé, no Sul de Minas Gerais, a classificação é feita com cuidado e o resultado é assustador. Das 3,4 milhões de sacas de café recebidas, 218 mil vieram com os grãos brocados.
“Quando você detecta os efeitos normais, registra em torno de 20% de incidência. Neste ano o índice foi muito mais alto, registrando mais de 30% de incidência”, relatou o gerente de classificação da Cooxupé, Carlos César Gomes.
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A broca do café é a praga que mais causa danos para as lavouras e está presente em todas as regiões do país. Ela ataca frutos em qualquer estágio de maturação e, segundo o gerente técnico da cooperativa Mário Ferraz de Araújo, o maior problema está nos grãos que sobram após a colheita. “O cafeicultor tem que ter bastante consciência no repasse da colheita, pois não adianta muito adiantar o controle químico se não fizer o controle cultural com uma colheita sanitária”, comentou.
O problema da broca atinge diretamente o bolso do produtor, que pode perder até 12 quilos por saca, chegando muito próximo ao custo de produção. Preocupado com isso, o cafeicultor Donizete Delorenzo fez uma minuciosa varrição após a colheita e não deixou nada para trás. Apesar disso, a falta de cuidado do vizinho, que deixou frutos abarrotados de brocas no terreiro, ainda é uma preocupação.
“É um trabalho de conscientização., pois nós temos que entender que a permanência da broca gera prejuízos não só àquele produtor de café, mas também para seus vizinhos. Ainda que as larvas percorram uma pequena distância, os vizinhos próximos podem ser acometidos com essa broca”, falou.
