O mercado ainda repercute as altas nos estoques de café indicando a recuperação da baixa de 20 anos registrada em 2020. O motivo seria uma mudança nos padrões de consumo durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo o analista de mercado e agente da Terra Investimentos, João Santanella, o consumidor global aprendeu a beber e procurar mais o café brasileiro e, com problemas climáticos na América Central, o brasileiro pode enviar mais café para o estoque norte-americano.
“Na América Central tivemos dois furacões que atrapalharam as operações logísticas. O americano tem um estoque certificado, que são os cafés finos que são entregues para a bolsa de Nova York e, esses estoques estavam baixos, mas quinta-feira passada, 19, esses estoques voltaram a subir justamente com a entrada de cafés brasileiros que foram liberados. Esses cafés são finos e forçou o mercado que já vinha com uma alta forte, impactando mais ainda as cotações”, explica.
A projeção de preço para os próximos meses deve se manter estável, garante o analista. “Quem vendeu, vendeu e, quem não vendeu, não vende mais. Isso porque começou a ter muita procura do produtor aproveitando os preços altos, café fino para entrega. Para o produtor, está um preço bom, mas no longo prazo, acredito que vai ficar nessa faixa”, completa.