O preço médio de comercialização do café arábica atingiu o mais alto patamar dos últimos 10 anos. É o que mostra o levantamento INTL FCStone. Segundo a consultoria, o valor médio de venda em maio, considerando até o fechamento de terça-feira, 26, registrou alta de 38% na década, sendo cotado a R$ 580.
De acordo com Fernando Maximiliano, analista de café da empresa, mesmo com as baixas registradas em maio na bolsa de valores nos Estados Unidos, a alta do dólar puxou os preços do grão, pois ao converter a moeda americana em reais a saca ficou valorizada. “O dólar foi comercializado a R$ 5,7 por dólar, na média de maio, então, esse valor é 100% maior que a média do dólar no últimos 10 anos, que foi de R$ 2,85”, comentou.
Ainda de acordo com o analista, o mercado de café pode sentir os impactos da pandemia nos próximos meses. “A gente começa a ver um sentimento no mercado diferente e pode haver uma redução da demanda, inclusive, a Organização Internacional do Café (OIC) chegou a estimar alguns números com a possível redução na demanda de café no mercado”.
Outra preocupação é com a safra brasileira, pois apesar da projeção de produção recorde em 2020, a colheita pode ser afetada pela pandemia, visto que algumas regiões estão com dificuldades para contratar mão-de-obra.
Além disso, os países produtores concorrentes podem contribuir em um aumento de oferta no mercado. “A gente tem a safra da Colômbia, safra da Indonésia e do Vietnã, que inclusive está em período de entressafra. A produção desses países produtores chegam nesse momento para trazer o sentimento de que vai ser uma oferta satisfatória, finalizou Maximiliano.