Em seu segundo dia visita ao Japão, a ministra a Agricultura, Tereza Cristina, tomou um “cafezinho” com importadores japoneses de cafés especiais brasileiros. A delegação brasileira participou da promoção de cafés especiais nacionais na UCC Coffee Academy, reconhecida escola de barismo de Tóquio pertencente à Ueshima Coffee Company (UCC), maior torrefadora do Japão.
Os mais de 100 convidados tiveram a oportunidade de degustar várias amostras de cafés com aromas diferenciados, como do cerrado mineiro. A ideia é aumentar o consumo do produto pelo Japão e demais países da Ásia, continente considerado a nova fronteira para o mercado do café. O evento foi uma parceria da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do ministério e a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
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O Japão é o quarto maior comprador do café brasileiro, ficando atrás de Estados Unidos (1º), Alemanha (2º) e Itália (3º). De janeiro a dezembro de 2018, os japoneses importaram 2,484 milhões de sacas/60 Kg, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. O mais comprado é o arábica. De janeiro a 31 de março deste ano, foram importadas mais de 759 mil sacas.
Tereza Cristina lembrou que o café é um dos mais antigos produtos exportados pelo Brasil e destacou que os japoneses estão ajudando a transformá-lo de uma commodity para um produto gourmet.
“O Ministério da Agricultura do Brasil não só apoia e também tem as portas abertas para facilitar todos aqueles que importam e fazem do nosso café esse produto espetacular”, disse. Antes do evento de promoção, ela teve um encontro com o CEO da UCC, Fumihiko Asada.
Já o embaixador do Brasil no Japão, Eduardo Saboia, ressaltou a influência dos imigrantes japoneses nos cafezais brasileiros. E classificou o café como o ”produto brasileiro de exportação mais japonês”. “Quando convidamos alguém para tomar um cafezinho é um gesto de amizade, que ultrapassa as fronteiras geográficas, culturais”.
No ano passado, as duas nações comemoraram 110 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses em terras brasileiras. Atualmente, quase 2 milhões de descendentes vivem no Brasil, a maior comunidade japonesa fora do país.
Carnes e abacate
A ministra Tereza Cristina reforçou a expectativa brasileira para abertura dos mercados de carne bovina e abacate. “Tenho certeza que os japoneses ficarão muito satisfeitos com o gosto e a qualidade da carne brasileira”, disse, em entrevista à imprensa.
Nesta quinta, a ministra discutiu os temas com os colegas da Agricultura e Saúde do Japão. Os debates sobre a liberação das vendas desses produtos devem ser retomados durante o Quarto Diálogo Brasil-Japão, que ocorrerá em agosto deste ano em território brasileiro.
Encontro G20
Neste final de semana, Tereza Cristina participa da Reunião dos Ministros da Agricultura do G20, em Niigata, e terá encontros bilaterais com autoridades de diversos países.