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Café: pesquisa testa técnica para diminuir custos com combate a invasoras

Chamado de mulching, sistema utiliza aplicação de película sobre o solo para deter avanço de plantas daninhas; resultados indicam queda nos gastos, diminuição de uso de água e aumento de produtividade no cafezal

Fonte: Canal Rural/reprodução

Uma técnica comumente utilizada em cultivos como os de morango e alface começa a ser testada também em áreas de café. Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (MG) estão usando o mulching, que consiste na aplicação de um filme ou lona na superfície do solo, para deter o avanço de plantas daninhas em cafezais e comprovar a redução de custos no campo.

Os testes realizados até agora indicam queda de 38% nos gastos para o controle de invasoras. Já a utilização de água diminui em 28% e houve aumento de produtividade de 32 sacas de café por hectare. “A gente conseguiu ver uma diminuição do número de aplicações de herbicidas e no número de capinas, com aumento da conservação da umidade do solo”, diz a estudante Laís Carvalho, que integra o projeto.

O próximo passo da pesquisa é expandir os experimentos e avaliar os benefícios em áreas produtivas. “A gente vai testar no produtor mesmo, (para saber) qual vai ser o benefício para ele”, conta a estudante.

Dez áreas de café no sul de Minas Gerais estão recebendo mulching. Três meses após a instalação do filme sobre o solo, os técnicos vão avaliar a altura dos pés de café, o diâmetro do caule e da copa e o crescimento dos ramos laterais. O resultado final da pesquisa deve sair somente em 2019.

O produtor Reginaldo Paulo Vilela está otimista com o projeto. “Espero que tenha um excelente resultado e que a gente possa usar em outras áreas, já que agora a implantação está sendo feita principalmente em terrenos mais difíceis”, diz.

O mulching é geralmente utilizado em áreas planas, enquanto no sul mineiro predominam áreas montanhosas, o que exige adaptações ao sistema. O técnico da Cooxupé Carlos Henrique Santos Silva, que integra a equipe da pesquisa, afirma que, após a colocação do material sobre o solo, é preciso abrir valas nas laterais para que haja um melhor assentamento. “E depois fazer a cobertura com terra, porque venta bastante na região e, se deixar a lona com pouco peso, há chance de ela se deslocar e danificar a área”, diz.

“É um grande desafio testar (o mulching) em área montanhosa, voltada para agricultura familiar e com mais dificuldade com a mecanização, mas acho que a gente tem a vantagem de conseguir diminuir a mão de obra”, afirma Laís Carvalho.

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