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Café: técnica de plantio promete safra econômica e livre de pragas

O tubete é um copinho recheado de fibras naturais que tem tornado mais ágil, barato e sustentável o cultivo do grão no sul de Minas Gerais

Fonte: Reprodução

Produtores do sul de Minas Gerais têm apostado em uma técnica alternativa para o plantio do café, que já começou na região. Quem a utiliza afirma que o manejo oferece uma safra mais econômica, sustentável e livre de pragas. Trata-se do plantio de mudas em tubetes.

Plantar café sem movimentar o chão. Esta é uma ação sustentável que é possível graças à muda em tubete. É um copinho preto que pode ser reutilizado por até dez anos, recheado de fibras naturais e que não agridem o meio ambiente. Além de um plantio mais sustentável, o produtor pode evitar prejuízos com doenças.

“A principal vantagem é a questão fitossanitária. Por ser um substrato artificial composto por fibra de casca de coco e vermiculita, nós não corremos o risco de transmitir nematoide de uma área para outra. Hoje o nematoide é um dos principais problemas na cafeicultura, inviabilizando diversas áreas”, diz Mário Ferraz de Araújo, gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé).
Mas, nos tempos atuais, a preocupação com os custos no campo vai além do manejo de pragas. A muda de saquinho pesa o dobro da muda tubete: 70% do substrato dela é composto por terra. Já o tubete é preenchido por fibra de casca de coco, o que o torna bem mais leve. Uma diferença que reflete na diminuição dos custos com logística e mão de obra.

A fazenda Pontal em Guaranésia (MG) tem utilizado máquinas para realizar o trabalho, mas o que também tem ajudado muito para um plantio mais eficiente é a adoção do tubete.

“É muito mais fácil você transformar uma bandeja com um tubete. Você ganha na logística de transporte. Uma caixa com 54 mudas ocupa um espaço bem menor que uma de madeira”, afirma Gustavo Nehemy, engenheiro agrônomo da fazenda Pontal.

E se engana quem acha que a muda em tubete pode trazer benefícios apenas para fazendas mecanizadas. Diferentemente das fibras naturais, a terra que compõe os saquinhos apresenta oscilações a cada ano.

“Na hora em que você vai cortar pra tirar o saquinho, tem que cortar o fundo porque a raiz enrola. Como a terra não foi bem escolhida, às vezes o saquinho desmancha. O tubete agiliza muito o plantio. Então o rendimento é muito maior do que com saquinho. Além de você ter de voltar catando todos os saquinhos para não deixar na terra, porque não são biodegradáveis”, diz o produtor João Luiz Monteiro.

Na fazenda dele, em São José do Rio Pardo, o plantio é feito em fatias de bolo e é irrigado todos os dias. Para quem quiser adotar um plantio de mudas de tubete, é indispensável fazer um planejamento para não perder o timing.

“No plantio da muda de tubete nos sistemas em que não se faz o uso dos sistemas de irrigação, é importante que o plantio seja realizado até o mês de dezembro, para que essa muda consiga se aclimatar e chegar aos possíveis veranicos de janeiro, fevereiro e março em uma condição mais resistente”, ensina Bruno Roberto Gomes, engenheiro agrônomo da Cooxupé.

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