O prazo para preencher o Cadastro Ambiental Rural (CAR) termina em 15 dias – no dia 5 de maio. No Distrito Federal, a Federação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reclama de falta de interesse do produtor. Para estimulá-lo, a entidade está promovendo um mutirão para atender ao maior número possível de pessoas neste curto prazo de tempo.
“Eu faço parte de um grupo de Whats [aplicativo de mensagens WhatsApp] de produtores rurais, e há 30 dias chegou essa mensagem, que o Sindicato ia estar fazendo o CAR. Até então, eu desconhecia completamente”, conta Sérgio Camacho.
O produtor não está sozinho neste desconhecimento sobre a necessidade de fazer o CAR da sua propriedade. Hemérico Brasil, outro produtor, só se deu conta da obrigação há pouco tempo também: “Eu esqueci e fui lembrado agora pela CNA”, diz.
Segundo Ivo Jacó, superintendente da Federação de Agricultura e Pecuária do DF, uma parcela importante de produtores rurais não está levando o CAR a sério. “Tem muitos produtores que são descansados, acham que nunca vão precisar”, comenta. Entretanto, o CAR é obrigatório. “O que existe realmente é a falta de vontade do produtor de procurar, porque o CAR é caro. Tem empresas que cobram R$ 3 mil para fazer, mas nós estamos nos propondo a fazer de graça pro produtor”, indica Jacó.
Não importa o tamanho da área, qualquer agricultor do Distrito Federal pode fazer o Cadastro Ambiental Rural de graça no mutirão promovido pela CNA, pelo Senar e pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram). É só agendar o atendimento e enviar os documentos e informações solicitadas antes do dia marcado.
Por dia, 20 agricultores estão sendo atendidos. O objetivo é fazer o CAR de 350 propriedades até o dia 5 de maio. Mas mesmo com o mutirão, o número de propriedades rurais do DF inscritas no Sicar ainda é baixo. Das 20 mil, apenas 3,5 mil estão em dia com a obrigação.
O gerente de CAR no Ibram, Alisson Neves, explica que as maiores queixas, além da falta de informação sobre os prazos e obrigatoriedades, é o preenchimento do sistema, quando o produtor tenta fazer em casa.
“Ele encontra dificuldade principalmente no Geo, que é a parte técnica, onde ele vai definir as nuances ambientais do seu imóvel. Isso a gente entende que pode estar implicando numa adesão um pouco baixa aqui no DF, mas a gente tem trabalhado pra aumentar esse número”, diz Neves.
Enquanto o Canal Rural fazia esta reportagem, pelo menos dois agricultores garantiram o cadastro das propriedades na força-tarefa. Um deles foi o Sérgio Camacho, que tem uma chácara de 20 hectares.
“O cadastro já está finalizado. Identificou Reserva Legal, área nativa, córregos, já localizou e delimitou toda a área. Em meia horinha!”, comemora Camacho.
O outro produtor, Hemérico Brasil, que cria gado em uma área de 200 hectares, terminou todo o processo em menos de uma hora. “Tem lei, então a gente tem que seguir a lei. O meio ambiente, a preservação, a gente tem que pensar muito nisso. Por isso acho que todo mundo tem que fazer e ficar legal com suas obrigações. Quem precisar do crédito também, uma hora eu posso precisar. Então, você tem condições de ir, pedir e ser atendido”, finaliza Brasil.