Os produtores de milho do Rio Grande do Sul começaram a colher. Felizes com os resultados, eles estão focados em manter o grão em alta no mercado. Algo que pode ser difícil de ocorrer devido ao cenário econômico atual.
O produtor Harrison Chaves Barcelos tem 200 hectares em Glorinha, na região metropolitana de Porto Alegre, e começou a colheita. Focado na produção de silagem, ele comemora os resultados de 2016, quando conseguiu aumentar os lucros.
“Com a baixa do dólar, conseguimos comprar os insumos pela metade do preço. O milho estava em torno de R$ 25 a saca e chegou a R$ 60. A silagem era em torno de R$ 150 e chegou a R$ 200. Então, foi muito produtivo. Apesar de o ano passado ter sido menos produtivo na lavoura, o preço compensou”, diz.
De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), a alta foi atípica. De acordo com o conselheiro da entidade em Porto Alegre, Paulo Pires, o produtor começou a colher no primeiro trimestre de 2016 e sofreu com uma desvalorização cambial no Brasil. A situação fez com que o milho subisse em relação ao mercado internacional.
“O que aconteceu foi que o nosso milho se tornou competitivo no mercado internacional, e o pessoal começou a exportar. O mercado interno pagava menos, e isso fez com que o milho dobrasse de preço”, afirma.
Ainda segundo a Abramilho, a queda no preço já ocorre, e os valores de 2016 dificilmente vão acontecer nesta safra.
“Experimentamos preços menos no mercado interno e externo. Então, isso infelizmente tem acontecido. Nas carnes, temos um pouco te recessão. O alojamento e aves e suínos é menor e isso faz com que haja menos consumo de milho”, completou Paulo Pires.