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Mais Milho

Coprodutos da fabricação de etanol de milho ganham espaço na alimentação animal

Lista tem opções variadas para os criadores, com produtos ricos em proteínas, energia e também em fibras

Nas fazendas de pecuária, a inclusão do coproduto das usinas de etanol de milho na composição da ração é cada vez maior. E a razão é simples. Segundo Mauro Vilela, pecuarista ‘desde sempre’ e com experiência inquestionável, o DDG ajuda bastante já que antes o milho precisava ser moído e agora, já vem pronto para uso. Ele diz que “moer o cereal gerava despesa e mais trabalho. Hoje, o produto é o mesmo com o custo menor e ainda traz vantagens como a proteína”, comenta.

E o pecuarista tem razão. É um produto de valor proteico e energético que tem propriedades minerais e vitaminas superiores ao milho. Quem afirma isso é o professor e pesquisador da Esalq de Piracicaba, Flávio Augusto Portela Santos. Ele ainda alerta que o coproduto que chamam de DDG, pode ser diferente um do outro, inclusive no nome. “Podemos ter o DDG, DDGS, WDG e o WDGS. Os produtos úmidos têm maior valor energético do que os produtos secos, os produtos com o xarope que tem o “S” no fim, tem o valor nutricional superior aos produtos que não tem adição de xarope. Essa é uma diferenciação, dentro do que a gente chama de produtos convencionais da produção de etanol de milho”, afirma.

O professor também explica que há outras variações, dependendo da tecnologia adotada pelas usinas de etanol de milho. Ele elencou os processos de separação de fibras e disse que após ser separado o restante que vai para fermentação da levedura é o material mais concentrado rico em óleo, proteína, amido e a fibra úmida fica separada.

O material mais concentrado vai para fermentação que é onde ocorre a destilação, produção de etanol. Sai dali o material grosseiro que vai dar origem a um DDG de alta proteína, um produto que vai para 44%, 47%de proteína para competir com o farelo de soja, farelo de algodão como suplemento protéico. Sai também a vinhaça que vai ser evaporada, fazendo o xarope, e esse xarope então adicionado naquela fibra úmida que ficou separada. “Dessa forma tem a fibra úmida com solúveis que, se for da fibra seca com o solúveis, alguns chamam isso de DDG de alta fibra, WDG de alta fibra e aí começa as outras terminologias”, aponta o professor.

Para os criadores, a decisão sobre qual dos produtos utilizar vai depender do objetivo pretendido e da fase de desenvolvimento dos animais. O fato é que este produto parece que veio para ocupar lugar cativo na pecuária brasileira. E se depender da indústria a oferta continuará crescente. De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) a pedido do setor de etanol de milho, para o próximo ano deverão ser processadas no país, 10 milhões de toneladas de milho. Isso quer dizer que, em coprodutos para nutrição animal, serão disponibilizadas 2,5 milhões de toneladas. Em outras palavras, comida, praticamente pronta para o rebanho.

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