Aconteceu nesta segunda-feira, 7, a 19ª edição do Concurso de Cafés Especiais de São Paulo. O prêmio é um reconhecimento aos produtores que ajudaram o setor a crescer 500% nos últimos oito anos. A cerimônia de premiação aconteceu na sede da Federação de Agricultura de São Paulo (Faesp), com todas as medidas de segurança sanitária, por causa da pandemia da Covid-19. Quase 70 lotes foram inscritos e avaliados até se chegar aos vencedores das quatro categorias: café natural, café cereja descascado, microlote e nano lote.
O produtor Paulo Izidro ganhou pela segunda vez consecutiva na categoria cereja descascado. Ele e a esposa decidiram investir em cafés de qualidade há cinco anos na região de Caconde (SP).
Os prêmios foram entregues pelo Secretário de Agricultura de São Paulo, Gustavo Junqueira, que também foi presenteado pelos produtores. A partir de agora, os visitantes do governador João Doria no palácio dos bandeirantes vão tomar café especial de São Paulo.
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“Toda sexta-feira, nós oferecemos aos secretários algum produto do agronegócio para mostrar o trabalho do setor. E, agora também, o governador vai poder provar o café premiado neste concurso’, disse Junqueira.
A mineira Gelma Franco investe há 18 anos em boutiques de café gourmet na capital paulista. A experiência dela confirma que o consumidor está cada vez mais disposto a pagar por um café de qualidade. “Se você conseguir oferecer expertise de onde veio o café e todo o trabalho que foi necessário para produzir, ele (consumidor) paga”, disse
Segundo um levantamento feito pelo Rabobank, o consumo de cafés especiais no Brasil aumentou cinco vezes nos últimos oito anos, passando de 231 mil sacas em 2012 para 1.171 mil sacas e a estimativa é crescer mais 70% nos próximos três anos.
O aumento do consumo de cafés especiais entre os brasileiros oferece ao produtor a oportunidade de ter uma rentabilidade maior. “Esse é um mercado que vem oferecendo cada vez mais renda ao produtor, principalmente ao pequeno produtor que consegue ter maior rentabilidade”, disse o presidente da Câmara Setorial de Café, Ademar Pereira.
Paulo Izidro já consegue notar essa valorização na venda da saca. O valor pago é, pelo menos, o dobro. “Uma saca de commodity custa R$ 500, R$ 600 e eu consigo vender o especial entre R$ 1.200 e R$ 1500. Vale muito a pena, porque a gente consegue agregar valor ao nosso produto”, finalizou.