Os contratos futuros de commodities agrícolas fecharam as negociações desta terça, dia 1, em campos opostos na bolsa de Chicago (CBOT), acompanhando a volatilidade registrada nas principais bolsas de valores globais, provocada por dados negativos vindos da China. Os papéis da soja para novembro recuaram 13 pontos, para US$ 8,74; o milho para dezembro retraiu 7 pontos, para US$ 3,69; e o trigo para dezembro caiu 1 ponto, a US$ 4,06.
O mercado mundial reagiu negativamente às informações de que a produção industrial da China em agosto desacelerou no ritmo mais forte dos últimos três anos. A divulgação levou as principais bolsas mundiais a recuarem.
– O mercado de commodities agrícolas no CBOT segue muito mais o macrocenário do que qualquer outra coisa no momento. O atual período que passamos é bastante lento em notícias fundamentais específicas a commodities agrícolas, abrindo espaço para a forte influência do macrocenário – diz trecho do relatório da AGR Brasil.
Segundo a consultoria, a macroeconomia deve continuar influenciando as commodities agrícolas. O que poderá dar mais direcionamento é a reunião do comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos, o FED, em setembro, que pode marcar o início do aperto da política monetária norte-americana.
Outro fator que deve pesar nas cotações é o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) sobre a colheita no país, marcado para sair no dia 11.
– A AGR Brasil recomenda cautela no momento atual de cotações. Apesar de fundamentos de médio e longo prazo apontarem para a possibilidade de maior pressão nos preços de milho e soja, as cotações atuais encontram-se em patamares vistos como “justos” dentro do quadro atual de fundamentos – diz.
A expectativa é de que os contratos registrem alta antes do relatório do USDA. Caso o USDA confirme a segunda maior safra da história dos Estados Unidos tanto de milho quanto de soja, a AGR Brasil acredita que preços possam voltar a operar sob pressão durante a colheita norte-americana, com alvo entre US$ 8 e US$ 8,50 para a soja e US$ 3,40 e US$ 3,60 para o milho.
– De qualquer maneira, rallys acima de US$ 9,50 [soja] / US$ 4,20 [milho] ou quedas abaixo de US$ 8 [soja] / US$ 3,40 [milho] serão dificílimos de serem realizados. Os próximos 30 a 60 dias trarão volatilidade, mas dificilmente estes patamares serão rompidos dentro deste período de tempo – afirma a consultoria.
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