Desde cedo, Lucas Costa Beber, produtor rural de Nova Mutum (MT), ajuda o pai, o senhor Vitelio Costa Beber, na gestão da fazenda. Aos 18 anos, já tomava as decisões e estava à frente da parte técnica da propriedade, responsável pela definição de compras de insumos para garantir boas produtividades.
“Um dia uma empresa veio até a fazenda fazer uma entrevista sobre insumos e eu acabei respondendo. Lembro que o pai até se impressionou com o nível de conhecimento técnico e a partir daí eu passei a tomar a decisão de toda a parte da técnica da propriedade”, relembra Lucas.
E a busca por boas produtividades está no sangue da família Costa Beber, que há mais de 40 anos escreve sua história no estado. Vindos do Rio Grande do Sul, da região de Pejuçara, a família enfrentou várias dificuldades até se estabelecer no cerrado brasileiro.
“O meu pai e os meus tios, Venicio e Vicente Costa Beber, tiveram dificuldades para acessar crédito quando chegaram a Mato Grosso, até mesmo para a construção de poço artesiano. Com muito trabalho e persistência, ao longo dos anos, foram crescendo, e hoje a família, que já desfez a sociedade, soma mais de 15 mil hectares plantados em propriedades no estado. Hoje, todos os filhos homens estão no ramo e as mulheres também estão envolvidas na atividade e todos nós prezamos por tecnologia”, conta Lucas.
- Covid-19: com avanço da colheita do milho, produtores redobram cuidados
- Milho: tratamento de sementes contribui para rentabilidade no campo
Inclusive, o tio de Lucas, Vicente Costa Beber, foi o primeiro produtor rural, acima de mil hectares, a alcançar a média de 69,7 sacas de soja por hectare em 2000. “O tio foi condecorado pelo governador na época, porque essa média estava muito acima da média obtida no estado nesse período. E depois foi lançado o desafio de rendimento a 70 sacas do grão por hectare em Mato Grosso”, diz o produtor rural.
Notícias Relacionadas
Na propriedade de Lucas, o rendimento médio máximo obtido era de 66 sacas por hectare, em uma área com soja convencional, isso há mais de 15 anos. Porém, depois dos problemas com nematoides, a produtividade baixou em alguns talhões.
“A princípio o que nos ajudou foi o investimento em crotalária como cobertura verde, mas chegamos a um ponto que não conseguíamos passar de 52 sacas de soja por hectare, mesmo com cultivares resistentes a nematoides. Foi aí que conheci os biológicos e aprendi a multiplicar on farm (dentro da propriedade), com isso, a lavoura começou a dar um boom novamente”, destaca o agricultor.
Hoje, além da busca pela produtividade, outro desafio do Lucas é incentivar os filhos João Pedro, de 13 anos, e Luís Felipe, de 9 anos, a continuarem a escrever a história da família na agricultura e no estado. “O maior desafio que eu tenho agora é conseguir passar para os meus meninos o amor e a vontade de continuar o trabalho no campo”, diz Lucas.
E para falar de sucessão familiar, uso de tecnologias e a força da mulher no campo, o Projeto Mais Milho promove live nesta quinta-feira, 25. O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, recebe o produtor Lucas Costa Beber, a produtora e agrônoma Nádia Costa Beber e o gerente de marketing regional da Ihara Thiago Pereira Rezende.
Você pode acompanhar e participar da transmissão ao vivo pelo site, Facebook, Instagram e YouTube do Canal Rural, a partir das 20 horas de Brasília.
