A mão de obra e os custos operacionais, somados ao clima, são considerados os principais desafios da agricultura e pecuária em Mato Grosso na avaliação dos produtores. É o que aponta a pesquisa “Perfil e Hábitos dos Produtores Rurais em Mato Grosso“, divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O levantamento faz parte de um projeto realizado pelo instituto há três anos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), ao qual se buscou caracterizar o perfil das propriedades, dos produtores e o perfil tecnológico no estado, distinguindo agricultores e pecuaristas.
Ao todo 790 produtores rurais foram ouvidos em Mato Grosso, dos quais 50,38% agricultores e 49,62% pecuaristas. Tais produtores entrevistados representam uma área de 1,98 milhão de hectares.
O estudo foi apresentado durante live realizada pelo Imea. Nela foram mostrados que a mão de obra lidera como principal desafio enfrentado em Mato Grosso para 44,47% dos produtores entrevistados na agricultura e 11,22% na pecuária.
Os custos operacionais vem em seguida na opinião de 35,43% dos agricultores e 9,44% dos pecuaristas, enquanto o clima aparece em terceiro lugar para 30,65% dos agricultores e 6,89% dos pecuaristas.
De acordo com a pesquisa, mais de 90% dos produtores rurais entrevistados afirmaram ter realizado algum tipo de investimento nas propriedades nos últimos três anos. Entre os principais estão aquisição de maquinários e benfeitorias nas propriedades. Na pecuária entre os destaques encontra-se ainda a manutenção/reforma de pastagens.
“O estudo é importante para entender e monitorar as questões conjunturais, principalmente neste cenário que a gente vem enfrentando e que se altera cada vez mais rápido. Então, estar de olho nisso é muito importante para nós”, destacou o superintendente do Imea e mediador da live, Cleiton Gauer.
Para a diretora de projetos do Senar-MT, Ida Beatriz Machado, a parceria desenvolvida entre as instituições é de muito importante para o setor produtivo. Segundo ela, proporciona um direcionamento aos projetos que já estão sendo desenvolvidos para atender os produtores.
“O resultado dessa parceria mostra o perfil do produtor e vem de encontro com o trabalho que o Senar vem realizando. Nos dá também um direcionamento para quais produtos e projetos que desenvolvemos e temos que focar. Nosso objetivo como Senar é atender ao produtor rural”, destaca a diretora.
Conectividade cresce no campo
A pesquisa do Imea e do Senar-MT traz ainda um levantamento sobre a conectividade nas propriedades rurais. Na agricultura, 93,20% dos entrevistados revelaram possuir internet nas fazendas, percentual superior aos 86% verificados em estudo realizado no ano de 2020. Entre os pecuaristas, o salto foi de 71% constatado em 2021 para 83,59% na atualidade.
Apesar do incremento da conectividade nas propriedades, os resultados mostram que a presença da internet na sede ainda é grande. Na agricultura em 76,29% das fazendas a internet está presente apenas na sede, enquanto nas voltadas para a pecuária o percentual é de 80,25% para somente na sede.
Ainda conforme a pesquisa, a internet lidera com mais de 82% como o principal canal utilizado para busca de informações por agricultores e pecuaristas. Em relação às plataformas digitais mais utilizadas para a realização de compras, o WhatsApp lidera com mais de 61%.
Idade e tempo de atividade
Foi observado pelo levantamento, que a idade média dos agricultores do estado está entre 56 a 65 anos. Já a idade média dos pecuaristas está entre 46 a 44 anos. Ambos produtores rurais, possuem o mesmo tempo de atividade, variando de 11 a 21 anos de atuação.
Esses números apontam principalmente a necessidade da transição geracional, ou seja, a continuidade dos trabalhos realizados na propriedade pelos filhos dos produtores rurais. O tema já tem gerado muita discussão no cenário atual, visto a necessidade dessa atuação.
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