Após uma trégua na tensão comercial entre Estados Unidos e China, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou nesta segunda-feira, 16, a venda de 256 mil toneladas de soja para a China com previsão de entrega na temporada 2019/2020.
O anúncio de compras da oleaginosa acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiar em duas semanas, de 1º de outubro para o dia 15 do mesmo mês, a alta planejada de 25% para 30% na alíquota das tarifas aplicadas a US$ 250 bilhões em produtos importados da China. Vale lembrar que na sexta, 13, o órgão norte-americano havia anunciado a venda de outras 204 mil toneladas do grão.
Para o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, a China pode comprar de um a dois milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos entre novembro e dezembro.
“Pode ser até mais, chegando a quatro ou cinco milhões de toneladas, dependendo de como as conversas evoluíram em outubro. Isso pode sim trazer vantagens para o produtor do Brasil, já que os preços são formados com base em Chicago, que está subindo por conta do acordo”, comenta ele.
Pereira acredita que o Brasil não sentirá impactos negativos com isso. “Eu não diria que essas compras irão tirar as vendas do Brasil, até porque os embarques acontecem em um período que os estoques brasileiros estarão apertados. A situação só deve ficar ruim para o país caso a guerra comercial acabe, porque aí, com maior oferta global, os prêmios pagos cairiam”, finaliza.