Produzir café está no DNA da família Montanari. Já são quatro gerações envolvidas na atividade desde o século 19, quando tudo começou. Foi nesta época que o avô do cafeicultor João Batista Montanari imigrou da Itália e foi para Minas Gerais trabalhar em lavouras do café. “Meu avô começou a produzir café em Ubá, no norte de Minas Gerais, porque era mais próximo do Rio de Janeiro. Depois minha família foi para o sul do estado, na região de Ouro Fino, e moramos em Crisólia, onde eu nasci”, disse o cafeicultor.
A família se mudou para o norte do Paraná, onde João Batista comprou a primeira fazenda em parceria com seus irmãos. A estadia no Sul, no entanto, durou até a década de 1980, quando o cafeicultor resolveu voltar para Minas Gerais, na região do Cerrado.
“No Paraná, havia o risco de geada e na colheita chovia bastante. Não tinha como trabalhar com maquinário e, quando você trabalha com mão de obra terceirizada, seu lucro diminui muito. Com isso em mente, a gente decidiu se mudar para Patrocínio”, relatou.
Com o passar dos anos, João Batista ganhou a companhia de seus dois filhos: Roger é dentista, mas auxilia o pai na gestão da propriedade, e Marcelo é engenheiro agrônomo, responsável pela parte técnica da fazenda.
Com a chegada dos filhos, a estratégia de mercado mudou e, a partir de 2010, a fazenda passou a produzir cafés especiais. Atualmente, mais de 70% do café colhido na propriedade apresenta classificação superior a 80 pontos numa escala que vai até 100, o que fez com a fazenda fosse premiada na categoria competitividade para micro e pequenas empresas.
“Para atingir esses resultados, é preciso investimento, capacitação de pessoas e estudo de mercados. Atualmente é possível produzir mais de 80 tipos de cafés na fazenda e a nossa ideia é atender um nicho de mercado específico: o famoso mercado de café terceira onda”, disse Marcelo Montanari.
Nos próximos anos, o desafio da família será incentivar a próxima geração a seguir o legado deixado pelos seus antepassados italianos. “Uma história de 110 anos não pode acabar de um dia para o outro e queremos perpetuar por muitos anos e com muitas gerações pela frente ainda”, ressaltou o irmão de Marcelo, Roger Montanari.