A informação é do presidente da entidade, Carlos Joel Silva, que lembrou que o setor agrícola sofreu diretamente com a paralisação dos motoristas realizada em março. Além disso, o RS foi um dos Estados mais afetados.
– Entendemos a pauta deles, mas eles têm que entender que o nosso produto em grande parte é perecível. Por isso os bloqueios causam prejuízos ao produtor, que é parceiro deles – disse Silva.
Após reunião na quarta, dia 22, na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), representantes dos caminhoneiros voltaram a exigir a criação de uma tabela de preço mínimo para o frete. Como não houve acordo com o governo, eles reiniciaram os atos de protesto.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, repetiu na quinta, dia 23, que essa proposta de tabela impositiva não teria respaldo legal, sendo, portanto, inconstitucional. Além disso, segundo ele, essa tabela teria enorme dificuldade de ser operada devido à grande variedade de características dos caminhões e da carga transportada no País. Ao longo desta quinta-feira houve pontos de manifestação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais.
– Para buscar os direitos deles [dos caminhoneiros], não podem prejudicar os colegas que produzem a matéria-prima que eles carregam no dia a dia – explicou Silva.
A Fetag fará uma reunião interna, até amanhã, para discutir o assunto. De acordo com o presidente, dependendo da evolução dos protestos, a entidade irá procurar os líderes das manifestações para negociar a situação do transporte de mercadorias agrícolas.
– Se for trancado tudo para trazer prejuízo aos agricultores, não apoiaremos a causa – enfatizou.