Criadores e amantes do cavalo crioulo lotaram as arquibancadas em um dia de muito sol e temperatura agradável em Esteio (RS). Todas as atenções ficaram voltadas ao maior espetáculo da raça: a grande final do Freio de Ouro, que está na sua 38ª edição e tradicionalmente acontece durante a maior feira agropecuária da América Latina, a Expointer.
Santa Alice Nublado II foi o macho vencedor do Freio de Ouro 2019. Ele liderou de ponta a ponta a competição, mostrando seu excelente momento. Além dele, o destaque desta vez também ficou por conta do ginete que o montou. Fernando Andrighetti nunca subiu no pódio do Freio de Ouro e mostra que a nova geração de ginetes tem muito a contribuir.
- Égua vencedora do Freio de Ouro sofreu lesão antes de competir
- Guto Freire ganha pela sétima vez título de ginete do ano
‘É um cavalo que passa muita confiança, cavalo muito honesto, eu confiei nele, tive muita sorte de receber ele para ser treinado, e agora consegui realizar o sonho de uma vida”, comenta. Na avaliação de Fernando, o animal é diferenciado principalmente pela concentração e atuação que possui.
Das fêmeas, a Campana Vicuña e o ginete Fabio Teixeira da Silveira ganharam o Freio de Ouro 2019 na categoria fêmeas. A égua foi aprovada na Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICC), em Montevideo, no Uruguai, mas teve uma lesão na boca e precisou de cuidados especiais.
O criador, Mário Moglia Suñe, não sabia se o animal conseguiria ter a doma concluída e realmente não teve. Mas isso não impediu a vitória. “É uma égua que a doma não foi concretizada, mas quando nasce um animal para ser vitorioso é assim, ela tem um temperamento bárbaro”, avalia.
Foram 1.025 animais movimentados durante todo o ciclo, mas apenas 28, acompanhados dos seus ginetes, conseguiram chegar até a grande final neste domingo, 25. Chegaram até a final 14 fêmeas e 14 machos por vários fatores, mas entre eles a genética, treinamento e temperamento, que foram fundamentais para manter os atletas na competição.
A grande final neste domingo começou com a prova da mangueira II, que conta a participação do gado e é marcada pela agilidade do conjunto. Entre as fêmeas, as três melhores colocações ficaram com Campana Vicuña, Independência do Espigão e Orquídea Negra Mapocho. Entre os machos, Santa Alice Nublado ll, Urco de Santa Thereza e Peñarol da Boa Vista tiveram melhor resultado.
A segunda prova do dia reservava ainda mais emoções. Marcada por exigir velocidade na execução, correção nos movimentos e atenção à submissão, a Bayard/Sarmento aconteceu com pista seca e plateia atenta. A cada movimentação, conduzido pelo ginete e executado com perfeição pelo animal, o público vibrava, comemoração digna de uma grande final. As fêmeas foram as primeiras a serem avaliadas. As melhores notas, ficaram com Campana Vicuña, Ibérica da Vendramin e Independência do Espigão, ocupando primeiro, segundo e terceiros lugares respectivamente.
Entre os machos, as médias dos primeiros colocados foram ainda melhores. O cavalo Santa Alice Nublado II teve a melhor pontuação na prova, atingindo nota de 22,398 e ficou na frente de Urco de Santa Thereza, que chegou a 21,171 pontos e Jotace Amuleto, com 20,740 pontos.
A emoção tomou conta na última prova do dia, que definiu os grandes campeões. Com um desempenho que agitou a plateia, a égua Campana Vicuña levou o Freio de Ouro, montada pelo ginete Fabio Teixeira da Silveira: “Essa égua, faz três meses que tenho ela, peguei depois do Bocal e ela estava muito bem. Deus agraciou ela de vir pra mim e ter dado tudo certo”, comemorou. Campana alcançou média de 21.407 na prova de Campo II. Ibérica da Vendramin conquistou o Freio de Prata e Independência do Espigão, Freio de Bronze.
Entre os machos o título máximo ficou com Santa Alice Nublado II, equino montado pelo ginete Fernando Andrighetti. Com nota de 22.978, o animal foi o grande campeão na categoria machos. Logo atrás, com o título de Freio de Prata vem Urco de Santa Thereza e em terceiro lugar no pódio, Jotace Amuleto.
Freio de Alpaca
Na categoria fêmeas a égua Desavença dos Castanheiros, montada pelo ginete Gabriel Viola Marty foi a premiada. Entre os machos, o Freio de Alpaca foi para Peñarol da Boa Vista, montado pelo ginete Fabio Teixeira da Silva.
Ginete do ano
O domingo também foi para premiar o ginete que teve o melhor desempenho ao longo do ciclo de 2019. Cesar Augusto Freire, conhecido como Guto Freire, foi o escolhido. Ele venceu três classificatórias e foi o ginete que mais trouxe animais durante esta edição do Freio de Ouro. “Apesar de não ter conquistado o Freio desta vez, estou muito feliz por receber pela sétima vez o título de ginete do ano”, comemora.