Fórum Mais Milho discutiu estratégias de mercado

Evento realizado nesta sexta-feira, em Cuiabá, contou com a presença de representantes do setor, do governo e da indústria

Fonte: Carla Oliveira Santos/Canal Rural

O 1º Fórum Mais Milho foi realizado nesta sexta-feira, dia 9, em Cuiabá (MT). O projeto tem como um dos principais objetivos unir os elos da cadeia do milho e equilibrar o setor, levando em conta debates como o crescimento da cultura e a questão da produção, que pode desequilibrar o mercado interno no futuro.

O presidente do Canal Rural, Donário Lopes, falou do impacto do primeiro evento do projeto e da importância da participação de vários segmentos que envolvem o setor. “Aqui, em Cuiabá, a gente viu o sucesso deste primeiro evento, que contou com a presença de autoridades importantes, como o Ministério da Agricultura, Embrapa e entidades representativas do setor, como a Aprosoja, Abramilho e Senar. Com isso, colocamos todo mundo junto, discutindo os grandes temas, ao lado da indústria e das trades. Acho que é um pontapé inicial importante para o projeto Mais Milho”, disse.

Diante de uma safra recorde no país e do potencial que o grão representa, a indústria e o próprio governo incentivam a produção, como salientou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Sergio Bortolozzo.  “Daqui pra frente, tendo a conscientização interna de melhor consumo e otimização de custos de produção e deixar o produtor viável, o rumo é crescer. O milho pode chegar rapidamente a dobrar a produção e isso vai acontecer, com certeza, daqui a alguns dias”, disse.

Desafios

Representante máximo do Ministério da Agricultura, o ministro Blairo Maggi foi um dos convidados do evento e falou do papel do governo na manutenção do preço do milho no próximo ano. “Nosso papel é tentar controlar as partes e, principalmente, estimular a produção. O Brasil produz quase 90 milhões de toneladas de milho e temos potencial pra muito mais do que isto. Para alcançar um patamar ainda mais alto, precisamos ter uma política mais duradoura na questão dos preços do milho”, disse o ministro.

Ainda segundo Maggi, o Brasil precisa ter um consumo interno maior para que o preço possa se estabilizar um pouco mais. A preocupação com o mercado externo também foi levantada pelo presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalsin, que falou ainda sobre os problemas de logística e armazenagem no país.

“É uma encruzilhada, porque nós temos ainda uma deficiência logística gigante que não foi solucionada, apesar de ter melhorado. A questão da armazenagem, que foi colocada hoje no painel, é uma questão que nos preocupa, pois precisamos acelerar a quantidades de armazéns e estocagens no Mato Grosso para esperar que o transporte numa condição melhor, já que muitas vezes o preço do frete é muito maior do que o preço do milho. É uma incoerência falar isto, o preço do transporte valer mais do que o preço do produto que esta sendo transportado.”

Tecnologia

Para tentar solucionar problemas do cotidiano da cadeia produtiva do milho, representantes da indústria foram convidados para falar sobre as inovações tecnológicas que podem aumentar a produtividade e diminuir os custos do produtor. Segundo o presidente da Monsanto na América do Sul, Rodrigo Santos, as mudanças que estão por vir podem ser chamadas de quarta revolução industrial.

“A tecnologia vai ajudar muito nós que estamos na era digital. A quarta revolução industrial na sociedade vai impactar a agricultura, que será uma agricultura digital, ajudando na gestão do agricultor. Essa revolução irá atingir desde a gestão de insumos até a entrega e, posso citar como exemplo, uma rede de supermercados no Brasil que já monitora todo gado que ela compra, permitindo que a agricultura integre toda a cadeia, maximizando o resultado”, finalizou.

O Fórum Mais Milho é uma realização da Aprosoja-MT, da Abramilho e do Canal Rural.