Pecuaristas brasileiros tem buscado garantir mais lucro à atividade por meio da adoção de práticas e tecnologias que aumentam a reprodução das vacas. E para fazer crescer a eficiência, algumas ações importantes precisam acontecer ainda dentro da porteira. Foi o que produtores rurais puderem aprender no fórum Agroarena pecuária de corte: eficiência e rentabilidade no sistema produtivo.
A começar pelo tempo entre partos, que hoje, segundo especialistas, está maior: “ O intervalo entre partos tem um grande impacto, para cada um mês a mais de intervalo entre partos, se perde 10% da produtividade da vida útil dessa vaca”, garante Luciano Penteado, consultor técnico da Cargill Nutron, empresa especializada em nutrição animal.
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Já a especialista técnica em reprodução e saúde animal na Ourofino, Bruna Martins, explica que não se deve deixar o animal ciclar sozinho. “Não tem como pensar em pecuária produtiva sem pensar em inseminação. Se queremos produtividade e rentabilidade temos que implementar a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)”, defende ela. Luciano Penteado concorda: “para corrigir intervalo grande entre partos uma tecnologia altamente aplicável é a inseminação artificial em tempo fixo, além claro, de uma boa nutrição”, explica o representante da Cargill.
Para Diéde Loureiro, mediador do fórum e consultor em gestão de negócios e produção animal, o cálculo é esse: para cada um real gasto na propriedade o animal tem que ganhar meio quilo por dia. “Nutrição, sanidade e reprodução juntos são capazes de mudar níveis de produtividade das fazendas”, é o que afirma o gerente técnico da Tortuga DSM, marca de suplementos nutricionais.
Um trabalho de gestão feito pela Tortuga DSM junto à pecuaristas de corte de todo país com objetivo de aumentar rentabilidade mostra que além da nutrição, é preciso ter atenção à gestão: é importante registrar dados da atividade, comparar sistemas e receber consultoria técnica personalizada.
Mas é preciso ter atenção ao efeito sanfona, explica penteado. “Recria é o gargalo dentro das fazendas porque animais desmamam com peso bom e perdem peso no inverno e ganham no verão, então não chegam no peso ideal pra reprodução. Com isso a gente não consegue atingir eficiência e performance necessária então é necessário planejamento nutricional, adequado a cada fazenda”.
Já Paulo Dancieri, CEO da Coimma, defende que o investimento em tecnologias digitais é um divisor de águas para aumentar rentabilidade. “Isso passa pelo mundo 4.0 que é uma nova forma de operar seu negócio, passando por um processo de conectividade, automação e tomada de decisão por eventos dirigidos. Mas o problema é que muitos pecuaristas tem a cultura de pensar mais em salvar despesas que investir”, afirma.