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Governo dividirá pacotes de concessões

Agronegócio deve ser beneficiado com a concessão de rotas de escoamentoO governo está preparando não apenas um, mas uma série de pacotes de investimentos na área de infraestrutura, na tentativa de manter em evidência uma agenda positiva da gestão Dilma Rousseff. 

Fonte: Divulgação/Pixabay

O primeiro deles deve ser anunciado dentro de duas semanas, com o já aguardado anúncio das concessões de quatro rodovias, de parte da ferrovia Norte-Sul e de três aeroportos (Salvador, Florianópolis e Porto Alegre).

A maior parte dos projetos está na gaveta do governo desde o ano passado. Na reunião de sábado, dia 24, em que recebeu 13 ministros no Palácio da Alvorada, Dilma determinou a intensificação dos estudos para mapear o potencial dos investimentos. Chegou a pedir a inclusão de mais aeroportos no Nordeste e do Centro-Oeste na lista de concessões e cobrou iniciativas que tirem do papel projetos que se arrastam há vários meses.

A presidente pretende fazer lançamentos à medida que os projetos estiveram maturados, mas não quer anúncios tão picotados que reduzam demais o volume de investimentos. Segundo um interlocutor que participou do encontro, foi constante o questionamento sobre a disponibilidade de recursos do governo para financiar projetos em infraestrutura.

Agronegócio

Estão bem encaminhados estudos para investimentos nas áreas de rodovias e de ferrovias. As estradas federais que já foram alvos de estudos pela iniciativa privada e pelo governo e que devem ir a leilão são a BR-163, entre o Mato Grosso e o Pará; a BR-364, que segue de Goiás para Minas Gerais; a BR-364, a partir de Mato Grosso até Goiás; e um eixo no Paraná, ligando as BRs-476, 153, 282 e 480. Essas concessões, somadas à da Ponte Rio-Niterói, já realizada, somam 2.625 quilômetros de rodovias. Com prazo de 30 anos, devem atrair investimentos de R$ 17,8 bilhões.

A característica comum a elas é privilegiar rotas de escoamento para o agronegócio. Há ainda uma proposta em análise de se fazer um leilão para entregar à iniciativa privada dois trechos recém-construídos da Ferrovia Norte-Sul. Avalia-se que apenas um dos trechos da Norte-Sul teria capacidade de movimentar quase de R$ 3 bilhões em outorga, com concessão de 30 anos.

No caso de portos e hidrovias, os primeiros projetos devem levar mais tempo. Um outro participante da reunião disse que os investimentos em hidrovias devem ser de origem estatal. Um dos problemas para os projetos ligados às hidrovias são as limitações ambientais. Um caso em estudo é o da hidrovia Araguaia-Tocantins, que exige a implosão de pedras e a mudança de curso dos rios, o que exige estudos de engenharia e de impacto ambiental.

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