A Secretaria de Transportes do Pará informou nesta segunda-feira, dia 8, que usará um sistema de cabos de aço de sustentação, como forma de restaurar o trecho da ponte sobre Rio Moju, que desabou no sábado, dia 6, após ter um de seus pilares atingido por uma balsa. O acidente isolou os produtores de soja do polo de Paragominas.
A região conta com aproximadamente 340 mil hectares de lavouras de soja, que dependem desta ponte para escoar o produto. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Pará (Aprosoja Pará), Vanderlei Ataídes, a colheita começou há 10 dias e as chuvas constantes — aliadas a esse problema de não ter como levar ao ponto — podem fazer com que produtores nem colham o grão e ele apodreça no campo.
“É essencial outras alternativas urgentes. Como balsas para que a soja seja escoada ao porto, liberando assim os armazéns já bastante lotados. O governador do estado, Helder Barbalho, nos prometeu tentar alternativas o quanto antes. Vamos esperar para ver”, afirma Ataídes.
Entenda o caso
De acordo com o governo do Pará, o trecho destruído utilizava um sistema de pilares convencionais, com vão central de 80 metros e vãos menores,de 40 metros. O sistema de cabos de aço (chamado de estais} será usado nos 268 metros que desabaram (dois vãos de 134 metros cada). Dessa forma será possível eliminar quatro estruturas de pilares que, segundo o governo local, dificultavam a navegação na área.
Ainda segundo o governo do Pará, um inquérito aberto pela Polícia Civil revela que a embarcação que colidiu com a estrutura da ponte não tinha licença para o transporte da carga – informação que foi confirmada no domingo, dia 7, pelo delegado-geral Alberto Teixeira.
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Há suspeitas de que a balsa estava com excesso de peso no momento do acidente. Além disso, segundo a Capitania dos Portos, a navegação de embarcações no local estava sendo feita fora do horário permitido.
“A quantidade da carga, de aproximadamente 2 toneladas, foi crucial para o acidente ocorrer, aliado à corrente intensa da maré naquele momento”, informou o delegado-geral da Polícia Civil, Alberto Teixeira. De acordo com a Capitania dos Portos, a navegação de embarcações naquela região estava proibida no horário do acidente.
Embora testemunhas tenham informado as autoridades sobre a queda de dois veículos no rio, até o início da manhã de segunda, nem carros nem vítimas foram encontrados.