As cotações de soja, milho e trigo registraram baixa no fechamento desta terça, dia 7, na Bolsa de Chicago. O contrato de soja com vencimento em novembro teve baixa de 28 pontos, a US$ 9,87. O contrato de milho para dezembro apresentou recuo de 2 pontos, a US$ 4,33, e o de trigo para setembro fechou em US$ 5,84.
A AGR Brasil frisa desde a semana passada que o forte movimento de altas nos preços de commodities agrícolas tinha muito mais a ver com fluxo de capital especulativo do que com fundamentos.
“A semana passada foi a semana de maior variação semanal de volume especulativo comprador da história. Foram comprados semana passada por fundos de gestão ativa: 165.128 contratos de milho (20,9 milhões de toneladas), 66.822 contratos de trigo (8,9 milhões de toneladas) e 65.767 contratos de soja (9,1 milhões de toneladas)”, informa o relatório diário da consultoria.
De acordo com a análise da AGR, fundos “compram” a história de que as safras norte-americanas tiveram ou terão danos significativos devido às chuvas de junho. Acontece que, “safras de milho e soja não são feitas em junho, e sim, durante julho e agosto“, lembra a consultoria. O clima em junho sem dúvida reduzirá a área de plantio inicialmente estimada para este ano nos EUA e também reduzirá o potencial de produtividade em torno de 15% a 20% do cinturão de produção do país. No entanto, as áreas com danos mais significativos são bem menores, em torno de 5% a 10%, enquanto em torno de 80% do cinturão de produção conta com clima favorável e excelente potencial de produtividade.
“Caso o ‘tema’ que compraram não se comprove nas próximas semanas, as posições compradas serão vendidas, aumentando uma possível pressão nos preços dentro de um cenário positivo de clima e produção total para a safra EUA 2015/2016. Por outro lado, um quadro desfavorável de clima e produção adicionará ‘lenha na fogueira’ de tal chama, atraindo ainda mais capital para o mercado de commodities agrícolas e levando preços novamente para o alto. O clima nas próximas semanas ditará o movimento dos fundos”, diz o relatório.