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Inauguração da 'Rota do Milho' é adiada para março

O excesso de chuvas na região de Itapúa, no Paraguai, atrasou as obras de melhoria da rodovia de acesso ao porto local

Fonte: Renata Silva/ Embrapa Rondônia

A inauguração da chamada “Rota do Milho”, novo trajeto para importar cereal do Paraguai passando pela Argentina até o município de Dionísio Cerqueira (SC), foi adiada em 30 dias. Inicialmente  prevista para 9 de fevereiro, a nova ainda será confirmada, conforme nota da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro).

O excesso de chuvas na região de Itapúa, no Paraguai, atrasou as obras de melhoria da rodovia de acesso ao porto local, que será utilizado para escoar o produto.  

O projeto da nova rota do milho ou conexão transfronteiriça foi apresentado em 2016 pelo Núcleo Estadual de Integração da Faixa de Fronteira de Santa Catarina e é uma iniciativa do governo do Estado, Sebrae estadual e entidades do agronegócio.

A proposta é que o milho seja adquirido nos Estados paraguaios de Itapúa e Alto Paraguai, passe pelo porto paraguaio de Carlos Antonio Lopez, em Itapúa, atravesse o Rio Paraná em balsas, entre em território argentino pelo porto de Sete de Agosto e siga até a divisa com o Brasil, chegando ao porto seco de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. O Estado já traz milho do Paraguai, mas por rota cerca de 300 quilômetros mais longa, por Foz do Iguaçu.

Em setembro do ano passado, diversos órgãos e entidades do Brasil, Paraguai e Argentina assinaram um acordo que definiu providências para viabilizar a rota. Algumas já foram tomadas, como a instalação de uma balsa argentina no Rio Paraná até que se construa uma ponte. A alternativa permitirá a inauguração da rota, ainda que precariamente, conforme a Fecoagro. É necessário também asfaltar um trecho de 50 quilômetros em território paraguaio, segundo a entidade, que é trafegável quando o clima está seco.

A Fecoagro destacou que há preocupação quanto à estrutura em Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. A Aduana de Cargas Integradas (ACI) no local não está operando, embora esteja habilitada pelo governo federal. Além disso, faltam funcionários da Receita Federal e do Ministério da Agricultura para a liberação das cargas.

Por isso, o Sindicato das Indústrias de Carnes de Santa Catarina (Sindicarne) e a Secretaria de Agricultura do Estado encaminharam um documento à Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) no qual pedem que tais questões sejam levadas ao presidente Michel Temer.

Santa Catarina é o maior importador de milho do País e adquire por ano mais de 3 milhões de toneladas do cereal de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, a cerca de 2 mil quilômetros do Estado. A nova rota do milho equivaleria a quase metade do percurso entre Mato Grosso e Santa Catarina.

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