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Mais Milho

Infestação de cigarrinhas e presença de fumagina preocupam produtores de milho

O inseto e o fungo são grandes preocupações dos agricultores no final do ciclo do milho segunda safra em Mato Grosso

Em Mato Grosso, a alta infestação de cigarrinhas e a presença da fumagina colocam produtores de milho em alerta.

O inseto e o fungo são grandes preocupações dos agricultores no final do ciclo da cultura no estado.

O produtor Denis Berticelli comemora o bom desenvolvimento do milharal na propriedade em Cláudia, norte de Mato Grosso. O otimismo é reflexo do clima favorável até aqui e do alto investimento feito na cultura nesta safra.

“Bastante chuva, nós não tivemos nenhum veranico nas nossas áreas, na nossa região aqui, então temos um milho de excelente qualidade,  eu estou esperando uns 25% a mais de produção”, diz. 

Mas o resultado esperado ainda depende de cuidado com a lavoura. O agricultor redobra a atenção com o risco de incêndios – bastante comuns nesta época do ano – e está em alerta com as cigarrinhas do milho, pela primeira vez presentes na lavoura dele.

“Estamos tentando aprender a lidar com ela. Ela consegue se multiplicar muito rápido, então a pressão do início até o final fica muito trabalhoso, muito oneroso, difícil de fazer esse controle, a gente só vai perceber bem esse dano, antes da colheita, bem próximo da colheita, a gente teme impactos sim, é uma praga desconhecida”, conta. 

“Além de aplicar os inseticidas normais, você tem que variar os princípios ativos, porque tem alguns que nem funciona mais, então tá uma luta, a tal da cigarrinha, em algumas áreas que o pessoal não tem conhecimento da cigarrinha, e acha que não vai ocasionar nenhum dano, já é visível o enfezamento do milho”, diz Flamarion Paranhos Link, da Aprosoja-MT.

Além da preocupação com o enfezamento, a presença da fumagina em muitas áreas em Cláudia também gera apreensão, já que o fungo pode comprometer a produtividade das plantas.

“A fumagina é um fungo que se alimenta de açúcar, os insetos, sugam a seiva da planta e urinam, essa urina cai em cima da folha debaixo, e  essa urina da cigarrinha ela é doce, açucarada e esse açúcar ele traz um fungo e esse fungo começa a se alastrar, é um fungo negro, diminuindo a taxa fotossintética da planta, recebe menos luz e produz menos açúcar, que vai diminuir a taxa fotossintética do milho, possivelmente produzindo um grão de menor peso”, afirma o agrônomo Cledson Guimarães Dias Pereira. 

No município de Ipiranga do Norte, os agricultores também estão preocupados com as consequências da alta infestação de cigarrinhas e da presença da fumagina nos milharais.

“Diante da explosão da população, com a parada dos controles devido os estágios da cultura as máquinas não conseguem mais entrar param se os controles e a população explode e vem a consequência que é a fumagina, quanto a fumagina vai retirar de produtividade a gente não sabe ainda, mas com certeza vai levar alguma coisa, o problema está posto, hoje é uma questão de convivência com ele, e o agricultor está aguardando colocar a colheitadeira para saber o preço que vai custar..agora é um problema sério para as safras futuras, não podemos entrar na safra 22/23 sem nada, do mesmo jeito que entramos na safra 21/22 nesse aspecto”, conta o presidente do sindicato rural de Ipiranga do Norte, Leonir Gatto. 

Para o vice-presidente da Abramilho, Zilto Donadello, uma das causas da proliferação da praga nos milharais pode estar relacionada à ponte verde entre cultivo da primeira e da segunda safra de milho no estado.

“A primeira safra soja e segunda safra milho, a gente preza e espera que o produtor preze com as duas safras muito bem consolidadas, tanto em visto o custo que temos hoje para implantação, tanto para soja , quanto para o milho, então o produtor não pode correr o risco de comprometer a segunda safra em virtude de milho na primeira safra, então a gente pede ao agricultor que tenha paciência na formação da próxima lavoura”. 

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