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Diversos

Maior riqueza do Senegal, que disputa sua segunda copa, vem do mar

País africano é um dos maiores exportadores de pescado do continente e fez uma estreia brilhante no mundial de 2002

barcos típicos do senegal
Foto: Pixabay

Nem ouro, nem petróleo. Apesar de possuir jazidas desses dois produtos, a maior riqueza do Senegal é outra: peixes. Nas águas territoriais desse país da África ocidental são abundantes e variados os cardumes de espécies marinhas de interesse comercial, o que torna a nação uma das maiores exportadoras de pescado do continente.

Arte: Canal Rural

Somando-se as remessas ao exterior de peixes congelados e frescos às de moluscos e crustáceos, o Senegal arrecadou perto de US$ 480 milhões no ano passado, valor mais alto do que o obtido individualmente com as exportações de ouro e de petróleo refinado.

Entre empregos diretos e indiretos, a atividade pesqueira ocupa cerca de 600 mil pessoas em todo o país, de acordo com dados da Comissão Sub-Regional das Pescas (CSRP), entidade de cooperação que agrupa sete nações da costa noroeste africana. A variedade de espécies marinhas também faz do Senegal um importante destino de pesca esportiva, atraindo principalmente turistas europeus.

A população do Senegal também depende muito dessa fonte de proteína animal, já que o preço de outras carnes é elevado para a maioria dos habitantes. O consumo de peixes entre os senegaleses é de cerca de 29 quilos por pessoa por ano – quase o triplo do que comem os brasileiros, por exemplo.

Carapaus, cavalas e garoupas estão entre os principais tipos de peixes capturados por pescadores artesanais, responsáveis por cerca de 90% do volume de pescado do país. Na pesca industrial, o atum e a sardinha aparecem como as espécies mais comuns.

Apesar dessas fontes de recursos, as taxas de desemprego e de pessoas abaixo da linha de pobreza são muito altas, atingindo quase metade da população, segundo dados da Agência Central de Inteligência (CIA) do governo dos Estados Unidos. Nesse cenário, a agricultura tem uma posição destacada, dando emprego a três quartos da mão de obra ocupada no país. Desde 2015, o país vem apresentando boas taxas de crescimento econômico, muito por conta do desempenho agrícola, que vem se beneficiando de maior taxa de chuvas, que resultou em aumento de produtividade.

Entre os produtos agropecuários de maior destaque no Senegal estão amendoim, milheto, milho, sorgo, arroz, algodão e gado bovino – além dos peixes, é claro. A indústria está centrada no processamento de produtos agrícolas e pescado, fosfatos e adubos.

Cerca de um terço dos 14 milhões de pessoas que vivem no Senegal estão na capital Dacar e na região em torno dela. Antiga colônia da França, o país ainda mantém o francês como língua oficial, mas há mais de 30 línguas faladas por lá – até dialeto com base no português, já que uma região no sul do Senegal fez parte do império colonial de Portugal.

A balança comercial entre Brasil e Senegal pende mais para o nosso lado: em 2017, arrecadamos com o envio de produtos para o país africano cerca de US$ 133 milhões, enquanto eles obtiveram US$ 3 milhões com importações para cá. Os senegaleses são nossos clientes principalmente em açúcar, arroz e ovos. Já as compras brasileiras estão concentradas em fosfatos e outros produtos minerais.

No futebol

O Senegal foi à Copa do Mundo na Rússia após um jejum de 16 anos. Em 2002, o país estreou nos mundiais vencendo logo de cara a então campeã França, e conseguiu o feito de chegar até as quartas de final. Esse ano, aliás, foi glorioso para a seleção senegalesa, que no período conquistou também o vice-campeonato na Copa Africana das Nações, perdendo nos pênaltis para Camarões.

Os chamados Leões da Teranga permaneceram invictos durante as eliminatórias para o mundial de 2018 e, uma vez lá, fizeram bonito. O time que tem entre suas estrelas Sadio Mané, atacante do Liverpool, estreou com vitória sobre a Polônia por 2 a 1, fez um jogo aberto e empolgante com o Japão, terminando num justo empate. Acabou perdendo a partida para a Colômbia, e cedeu a vaga para as oitavas de final para o Japão, por saldo de gols.

A campanha dos leões pode não ter terminado de forma tão admirável quanto a de 2002. Seja como for, eles já garantiram seu lugar na história desta copa com um vídeo viral publicado na rede social Instagram, em que aparecem cantando e fazendo uma coreografia durante treinamento (veja abaixo). A legítima alegria do futebol.


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