Aconteceu na manhã desta quinta-feira, dia 23, em Ijuí, no Rio Grande do Sul, o 2º Fórum Mais Milho. O evento reuniu diversas personalidades da cadeia produtiva da cultura em uma discussão sobre comercialização, produtividade, políticas públicas e tecnologia.
O fórum começou com um painel político, que contou com a participação do deputado federal Luís Carlos Heinze, que, entre outras coisas, apontou os desafios de irrigação e a necessidade da garantia de preço para o produtor.
“Temos que ter garantia de preço. O que precisamos organizar o equilíbrio para garantir um preço razoável ao produtor”, disse Heinze. Já o diretor de Comercialização de Abastecimento do Ministério da Agricultura (Mapa), José Maria dos Anjos, destacou o desafio de produção.
“O grande desafio é a produção volátil. O produtor tem que buscar algum tipo de proteção. Ele tem que fazer a conta antes de plantar. Tem que saber se vai conseguir vender uma parte para cobrir os custos. Isso tem que evoluir e é um trabalho para todos”, apontou.
Em seguida, o painel de tecnologia teve palestras do pesquisador da Embrapa, José Eloir Denardin e do presidente do Clube da Irrigação, José Augusto Teles.
“Acredito que o governo tem que pensar que a ferramenta da irrigação é fundamental para o Rio Grande do Sul. Eu falei em milho, mas poderiam ser outras culturas. Acredito que a irrigação é importante, fundamental para o Brasil. Podemos chegar a 500 mil hectares no rio Grande do Sul sem dano ambiental. Fala-se muito em fome, em aumentar a produção, mas passa por essa facilidade de o produtor ter acesso à irrigação. O investimento que em um ano tem resultado é a irrigação”, destacou José Augusto Teles.
Por último, o painel mercado contou com as participações do especialista em agrobusiness Flávio França Júnior e o presidente da Cotrijuí, Vanderlei Ribeiro Fragoso. Ambos chamaram atenção para números e tendências de preços para 2017.
Flávio França Júnior fez um breve resumo das variáveis de mercado e apontou para a necessidade de exportação, uma vez que pouco da safra anterior saiu do Brasil.
“O novo desafio é participar do mercado, uma vez que não vendemos quase nada da safra de inverno e temos que embarcar 30 milhões de toneladas para enxugarmos o excedente. O mercado caminha para paridade”, analisou França Júnior.
“2017 caminha para ser um ano de safra maior e que possamos ter uma mudança do padrão cambial e a questão da exportação. Precisamos empurrar boa parte desse milho para fora. Isso é condição necessária, que os preços se acomodem de acordo com a paridade”, completou.
O encerramento contou com uma palestra do professor da Unijuí, Volney Mattos, que falou sobre a importância da cultura do milho para a agricultura reginal. Entre outras coisas, ele destacou a tecnologia como principal causa para o crescimento da produção de grãos.