A entrada do milho verão não deve mudar muito o cenário de preços no Brasil, afirma o sócio-diretor da MB Agro, José Carlos Hausknecht. “A demanda continua aquecida e a oferta baixa, a primeira safra não foi tão boa quanto esperado. Imaginamos que isso [a baixa nas cotações] possa começar a ganhar força no fim de maio e junho, com a entrada da segunda safra”, diz.
O analista diz o momento é ótimo para comercializar a safra e tentar garantir parte da produção futura a bons preços. “Temos alguns riscos no mercado de milho: a demanda por etanol vai cair com a queda no consumo de combustíveis e a área plantada nos Estados Unidos deve ser maior este ano, o que pode gerar maior oferta; além de uma série de dúvidas por conta do coronavírus”, explica.
Para a soja, a perspectiva é mais positiva, segundo Hausknecht. “Já vemos o aumento de demanda por farelo, porque a China começa o processo de recomposição de rebanho suíno. Há um buraco na oferta de carne para lá, isso ainda não apareceu tanto por causa do coronavírus, não tinha logística para distribuir, mas a expectativa é de que a partir de abril comece uma demanda maior por carne”, afirma.