As novidades atraem o público da Expointer, em Esteio (RS), mas são as condições especiais de pagamento que fazem o produtor fechar negócio. Para atrair o produtor rural, as empresas do setor de máquinas agrícolas presentes na feira agropecuária oferecem descontos que podem chegar a 15%.
O gerente de vendas de uma concessionária de máquinas Pablo Guerreiro afirma que a concorrência no mercado está acirrada. E garante que a compra feita na Expointer é mais vantajosa para o cliente. Segundo ele, a estratégia de sua empresa para fechar o ano no positivo é comprar grandes quantidades da fábrica, barganhando melhores preços para repassá-los ao comprador.
Luiz Cambuí, também gerente de vendas, conta que o semestre foi difícil para a comercialização, mas o evento realizado em Esteio pode ser uma salvação dos negócios. “É um divisor de águas. Esta é a única grande feira no segundo semestre no Brasil. E é aí que o produtor pode definir os seus investimentos antes de começar a plantar”, diz.
De acordo com o diretor comercial Rodrigo Junqueira, o Rio Grande do Sul representa 15% das vendas de tratores e 22% das de colheitadeiras da empresa. Por isso a Expointer é tão importante para eles.
Uma decisão comum, Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), muitas empresas decidiram por não repassar totalmente a inflação do último ano para o preço dos produtos.
O Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) acredita que o volume de negócios na Expointer neste ano fique próximo do obtido na edição anteior, de R$ 1,69 bilhão. Na visita à feira do Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o presidente do Simers, Claudio Bier, pediu que o governo federal dê mais atenção ao setor para alavancar vendas ao longo d o ano. As principais reivindicações contemplam os pequenos e médios produtores, como mais recursos para o Moderfrota, o programa criado pra financiar máquinas e equipamentos com juros entre 8,5% e 10,5% ao ano.
Bier afirma que o setor quer trazer de volta ao negócio os agricultores familiares, que dispunham de um programa que modernizou a propriedade e trouxe maior produtividade. “Agregamos a mesma tecnologia que tínhamos nas máquinas grandes nas pequenas, vendidas a eles”, disse o presidente do Simers.