A produção de milho para a safra 2022/23 em Mato Grosso foi reajustada e está projetada em 50,15 milhões de toneladas. O volume, se concretizado, é superior a capacidade estática de armazenagem de grãos para a safra 2022/23 no estado de 44,78 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), divulgados em abril pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A revisão do volume de cereal previsto para a safra 2022/23 consta no Relatório de Oferta & Demanda do Imea, divulgado nesta segunda-feira (3), e representa um aumento de 1,16 milhão de toneladas ante a estimativa do mês passado e 6,30 milhões de toneladas a mais quando comparado com o ciclo 2021/22.
Apesar de uma marca histórica para a produção mato-grossense e brasileira, em especial por superar a colheita da soja pelo segundo ano consecutivo, produtores no estado estão preocupados, uma vez que os preços estão a cada dia mais em queda.
Até o mês de maio, de acordo com o Imea, Mato Grosso havia comercializado apenas 44,61% da produção estimada de milho desta safra. Além disso, possuía cerca de 30% da produção de soja ainda para comercializar.
Nesta segunda-feira (3), apontam os indicadores do Instituto, a saca de 60 quilos de milho no estado encontrava-se na média de R$ 34,24. Montante, conforme os produtores, que de longe não cobrem o custo de produção, uma vez que a safra foi semeada com a saca na casa dos R$ 70.
Produtividade recorde de milho
Os dados levantados pelo Imea em junho apontam que a área destinada para o milho se manteve em 7,42 milhões de hectares, aumento de 3,78% ante a safra 2021/22.
“Essa projeção de incremento em relação à safra passada é reflexo da demanda mais aquecida no início da semeadura para a temporada”.
Quanto a produtividade, em decorrência as boas condições das lavouras, a expectativa de rendimento da safra 2022/23 para 112,68 sacas por hectare, isso representa um aumento de 2,63 sacas por hectare quando comparado com o último relatório e 10,45 sacas por hectare ante a temporada 2021/22.
O Imea ressalta que o rendimento da temporada ainda pode ser reajustado, podendo o volume total de produção sofrer alterações, uma vez que até o dia 30 de junho o estado havia colhido 33,06% da área semeada nesta safra 2022/23.
Governo retoma formação de estoques públicos
No dia 29 de junho o governo federal anunciou a retomada da aquisição de produtos para formação de estoques públicos. A medida atende a um pedido dos produtores de milho, principalmente de Mato Grosso, diante do recorde de produção e preços do cereal em baixa.
Na ocasião, a Conab informou que inicialmente serão compradas 500 mil toneladas de milho dos produtores rurais por meio do mecanismo de Aquisições do Governo Federal (AGF), previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), o que equivale a aproximadamente 8,3 milhões de sacas de 60 quilos do cereal.
Além de Mato Grosso, estão autorizados para comercializar milho para a estatal produtores de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná e Tocantins.
Cada unidade da federação, salienta o Manual de Operação da Companhia, terá um limite de venda por produtor.
Em Mato Grosso, destaca a Conab, cada agricultor poderá vender até 30 mil sacas para a estatal. Já em Mato Grosso do Sul e Goiás, o limite é de 10 mil sacas, enquanto que nos demais estados da federação a aquisição está limitada a cerca de 3,3 mil sacas.
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