A última semana da soja foi marcada por fortes altas na Bolsa de Chicago. Mas na sexta-feira, dia 31, os investidores aproveitaram para realizar lucros e os contratos fecharam em baixa. A imposição de tarifas ao México, segundo maior importador de grãos dos Estados Unidos, contribuiu para a correção.
Agora, o mercado internacional aguarda novidades relacionadas à guerra comercial entre Estados Unidos e China. Enquanto isso, os investidores centralizam as atenções na situação climática sobre o cinturão produtor norte-americano para a reta final dos trabalhos de semeadura da nova safra.
Luiz Fernando Roque, analista da Safras & Mercado, dá dicas do que pode acontecer na próxima semana. Os fatos elencados têm potencial para mexer com os preços.
- Na semana que se encerra, o governo chinês anunciou a proibição da compra de novas cargas de soja norte-americana por importadores do país. Apesar da proibição, o governo não indicou que irá solicitar o cancelamento das compras já registradas para embarque nos EUA, o que ameniza um pouco o sentimento negativo;
- A notícia, embora importante, não chegou a surpreender o mercado, que desde a última elevação de tarifas por parte dos EUA não esperava por novas compras com volumes relevantes de soja norte-americana por parte dos chineses;
- O panorama climático sobre o cinturão produtor dos EUA muitas incertezas com relação à qual será o verdadeiro tamanho da área semeada com soja nesta temporada. O fechamento da janela ideal para a semeadura do milho, que ocorre nesta sexta-feira, dia 31, indica que boa parte da área destinada ao cereal não foi semeada, o que abre espaço para transferências de áreas para a soja;
- Apesar disso, os mapas continuam indicando que o clima deverá permanecer úmido na primeira quinzena de junho, o que também pode impedir que toda a área destinada à oleaginosa seja semeada;
- As especulações crescem. O momento indica que ambas as áreas, de soja e de milho, serão menores que as estimadas inicialmente. Chicago busca amparo fundamental neste ponto para a busca de patamares mais elevados;
- O mercado demonstra fôlego, mas o rompimento da linha de US$ 9 na posição spot não é tarefa fácil. Há espaço para correções técnicas negativas.