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Milho

Milho: clima nos EUA segue determinante para formação de preços

De acordo com a consultoria Safras, as projeções do USDA para a temporada 2020/2021 norte-americana também podem ser repercutidas nos próximos dias

Lavoura de milho segunda safra, em Querência, Mato Grosso
Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural

O clima favorável ao desenvolvimento das lavouras de milho dos Estados Unidos e a tensão entre o país e a China fizeram a Bolsa de Chicago cair no fim da última semana. Com o dólar também registrando leve desvalorização, os preços nos portos brasileiros recuaram, segundo acompanhamento da consultoria Safras.

Mas o que vai acontecer na próxima semana? O analista Paulo Molinari, da consultoria Safras, elencou os principais fatores que podem mexer com o mercado do cereal. Confira:

  • O USDA trouxe números ainda bastante confortáveis para o quadro de oferta e demanda norte-americano. Houve o ajuste da previsão de produção de 406 para 381 milhões de toneladas devido à menor área plantada. Os estoques finais foram cortados de 84 para 67 milhões de toneladas, mas ainda são elevados e não proporcionam novas condições de altas para o milho na Bolsa de Chicago;
  • Os cortes de demanda pelo USDA neste relatório de julho basicamente compensaram parte do corte de produção;
  • Basicamente, o mercado depende agora do clima nesta fase de pendoamento e enchimento de grãos no Meio-Oeste e a colheita em setembro. As condições de clima são problemáticas no Texas e no oeste do Meio-Oeste,
    mas regulares em Iowa e Illinois;
  • Altas temperaturas e ausência de chuvas em julho e agosto ainda podem trazer surpresas em termos de produtividade nesta safra 2020;
  • No mercado interno, a situação é de uma certa “bolha” especulativa neste ambiente de preços de porto e ritmo de colheita da segunda safra;
  • Enquanto os embarques programados para julho são bons – 5,6 milhões de toneladas -, a safrinha tem certo atraso de colheita. Esse ambiente entre o bom embarque e a colheita mais lenta gera suporte nos preços;
  •  Além disso, atraso no cumprimento de contratos de entrega na safrinha tem gerado um certo quadro de aperto de oferta regional, mantendo preços altos em algumas localidades;
  • Com exceção de Mato Grosso, que já avança forte para a segunda metade da colheita, os demais estados iniciam colheita apenas na segunda quinzena de julho e este tempo de colheita gera este ambiente de preços;
  • Os preços internos estão um pouco altos no interior em relação aos níveis de porto e se ajustarão na medida do avanço da colheita.
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