A colheita da segunda safra brasileira de milho (safrinha) começou mais tardia diante do atraso que ocorreu no plantio. Porém, a produção, embora prejudicada pelo clima, deve surpreender positivamente ao final das contas. A avaliação parte do consultor da Safras & Mercado Paulo Molinari, em live no Instagram na última sexta.
Molinari lembrou que o clima atrapalhou as culturas de verão com a falta de chuvas. Assim, em 2019 o clima atrasou o plantio da soja. Assim, as colheitas da soja atrasaram e consequentemente a semeadura do milho safrinha também foi tardia. “A colheita vai ser mais tardia em relação aos dois últimos anos”, afirma Molinari.
O consultor avalia que o cinturão produtor desde o Paraguai, passando pelo Mato Grosso, Paraná, partes de São Paulo e outras áreas, teve teve problemas com o clima e perdas nas lavouras por estiagem. “A falta de chuvas de 60 dias atingiu lavouras em polinização e penduamento. Isso não aparece tanto vendo a lavoura, mas depois abrindo a espiga se verá uma espiga ‘falhada’, com grãos pequenos, que levam à quebra da safra por essa falta de umidade”, disse, durante a live.
A última estimativa da Safras & Mercado para a safrinha aponta para uma colheita de 69,56 milhões de toneladas, com queda de 6,55% sobre a produção anterior. Porém, na próxima semana consultoria deve divulgar nova estimativa e o número deve mostrar uma produção surpreendendo em relação a essa anterior, com aumento no volume a ser colhido. Molinari indica que se mantém a estimativa de perdas de produtividade em estados como Paraná e Mato Grosso do Sul, embora as chuvas nessas regiões tenham voltado e não houve geadas.
Além disso, dados fechados de área plantada ficaram acima da expectativa e Mato Grosso e Goiás, citou, se destacam com ótimas produtividades. “Os estados tiveram aumento de área e possivelmente mais que compensarão as perdas do Paraná, Mato Grosso do Sul e partes de São Paulo. Pode vir uma safrinha maior que a estimada”, afirma.