Com 92% das áreas plantadas dentro da janela ideal de cultivo, a perspectiva é de uma safrinha recorde de milho em Mato Grosso, com 32,45 milhões de toneladas, de acordo com o primeiro levantamento de oferta divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A projeção representa um aumento de 0,44% em relação à temporada anterior, na qual, foram colhidas 32,31 milhões de toneladas do cereal.
No principal estado produtor de milho na segunda safra, os produtores aumentaram a área de cultivo do cereal, em 5%, para 5,10 milhões de hectares, reflexo dos preços mais altos praticados no mercado doméstico, conforme boletim do instituto. Já a produtividade média das lavouras de milho está projetada em 106,1 sacas por hectare neste ciclo.
O superintendente do Imea, Daniel Latorraca, explica que a perspectiva é positiva, mas que ainda há uma dependência das condições climáticas para a consolidação de uma super safra no estado. “Ainda precisamos de algumas chuvas nas próximas duas semanas para a consolidação do potencial produtivo em algumas regiões produtoras no estado”, salienta o especialista.
Esse é o cenário registrado na região de Nova Xavantina, conforme destaca o presidente do Sindicato Rural, Endrigo Dalcin. A liderança confirma que as lavouras apresentam bom desenvolvimento na localidade e que a última chuva foi registrada na última segunda-feira, 20.
“Os últimos milhos estão soltando pendão nesse momento e ainda precisam de mais algumas chuvas, já os primeiros milhos estão muito bons. A perspectiva é de boa produtividade nesta temporada, em torno de 100 a 105 sacas do grão por hectare”, destaca Dalcin.
Em Campo Verde, as lavouras do cereal sofreram com veranico no início do plantio, segundo relata a engenheira agrônoma da região, Lidiane Ortiz.
“Mas agora a safrinha de milho está caminhando bem. Ainda precisamos de chuvas até a próxima semana pelo menos, para garantir a produtividade. Estamos em um ano também tranquilo em relação a pragas e doenças”, reforça Lidiane.
Já no oeste do estado, as chuvas irregulares preocupam os produtores rurais nesta safrinha. O conselheiro fiscal da Aprosoja Mato Grosso, José Guarino Fernandes, afirma que algumas regiões estão sem chuvas há mais de 20 dias e grande parte da safrinha está em fase de enchimento de grãos, uma das mais importantes da cultura.
“Algumas áreas já registram perdas no potencial produtivo. Por enquanto, as previsões climáticas indicam chuvas até o dia 27 de abril, se elas se confirmarem, poderemos ter uma recuperação das lavouras em algumas áreas”, pondera Fernandes.