No Sul de Mato Grosso do Sul, as lavouras de milho segunda safra enfrentam um período de mais de 14 dias sem chuvas e com altas temperaturas. Apesar da preocupação, os produtores afirmam que a maior disponibilidade de água no solo tem evitado danos maiores nas lavouras.
“As plantações de milho, que estão com 35 dias de germinação, ainda estão aguentando a ausência de chuvas graças à umidade no solo. Porém, perto de meio dia, as folhas do cereal se enrolam e nós acreditamos que possa haver requeima das folhas, o que pode afetar a produtividade das lavouras”, explica o produtor rural Luis Seibt, de Naviraí e Ponta Porã.
Tradicionalmente, Seibt, que planta mais de 12 hectares nos dois municípios, colhe, em média, 105 sacas de milho por hectare. Mas nesta segunda safra, a perspectiva é que número se aproxime de 90 sacas do grão por hectare.
Em Laguna Carapã, o técnico agrícola da Casa da Lavoura Antônio Rodrigues Neto destaca que se as chuvas previstas a partir do dia 4 de maio se confirmarem, as perdas no rendimento das áreas deverão ser pequenas. “Mas se não tivermos a confirmação dessas precipitações, a produtividade pode cair bastante nesta temporada”, completa.
E não é só a ausência de chuvas que tem preocupado os agricultores no sul do estado. Com o atraso registrado desde a semeadura da soja, por conta do clima irregular, em muitas regiões, o plantio do milho safrinha foi realizado no final de fevereiro, fora da janela ideal de cultivo, com isso, as lavouras ficaram mais expostas ao risco de geadas.
Ainda em janeiro, a Embrapa Agropecuária Oeste já havia alertado os produtores rurais sobre a possibilidade de geada forte em junho em cidades do sul de Mato Grosso do Sul. “Em junho, estaremos com o milho pendoando na nossa região e se a geada ocorrer poderemos ter perdas significativas de produtividade”, diz Seibt.