O mundo está cada vez mais conectado, a internet tem ajudado os produtores rurais a melhorar o uso de tecnologias da porteira pra dentro, garantindo bons resultados. A integração entre as ferramentas digitais é capaz de otimizar a produção agrícola, gerando mais produtividade e rentabilidade nas lavouras.
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Esse cenário foi potencializado com a pandemia do novo coronavírus, que acelerou a utilização da internet. “Mais de 80% dos produtores rurais utilizam mensagens instantâneas para saber preços e fechar negócios. As ferramentas digitais ajudam os agricultores a tomar as melhores decisões e. com o cenário atual, a tecnologia tem sido usada até mesmo para a compra de insumos, o que não era comum”, explicou o líder em agricultura digital da Bayer, Vinícius Faião, durante a live do Projeto Mais Milho, realizada nesta quinta-feira, 28.
Comandada pelo vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, a transmissão ao vivo debateu o uso de tecnologia para alcançar a máxima produtividade na cadeia do milho. O rendimento do cereal cresceu quase 70% nos últimos 20 anos no Brasil, de acordo com levantamento realizado pela Embrapa Milho e Sorgo.
A produtividade das plantações saltou de 3.260 quilos do grão por hectare, média Brasil, na safra 2000/2001, para 5.527 quilos do cereal por hectare, projetados para a temporada atual. Na visão do gerente de pesquisa do Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (Gapes), Túlio Gonçalo, principalmente a segunda safra passou por uma grande evolução, por meio de materiais adaptados, manejo de pragas e investimento em potencial genético, resultando em incrementos de rendimento.
“Na nossa região, Rio Verde, Goiás, temos uma média de 145 sacas de milho por hectare, com picos acima de 180 a 190 sacas do grão por hectare. Além dos investimentos em novos híbridos de milho, em biologia do solo, a rotação de culturas e o melhor controle de doenças de solo, são fatores que ajudam na produtividade”, destacou Gonçalo.
Apesar dos benefícios, o avanço da tecnologia no campos ainda esbarra em um importante gargalo: a conectividade. Os dados levantados pelo Censo Agro Agropecuário, de 2017, indicaram que mais de 70% das propriedades rurais ainda não têm acesso à internet. Iniciativas públicas e privadas têm buscado expandir a cobertura de internet 4G no país.
“Esse é um gargalo que o Brasil precisa resolver. Temos ferramentas, drones, sensores, inteligência artificial, internet das coisas, que precisam de conectividade no campo. Eu tenho defendido que o agro será o motor da economia brasileira e nós iremos continuar entregando soluções ao agronegócio brasileiro”, disse o presidente da Embrapa, Celso Moretti, que também participou do debate online.