Depois de um começo de ano mais frouxo, os preços do milho ficaram estáveis a partir da terceira semana de janeiro no mercado brasileiro, com um viés de alta em algumas regiões, segundo a Scot Consultoria. Na região de Campinas (SP), a saca de 60 quilos ficou cotada em R$ 31,70 no dia 2 de fevereiro, sem o frete, para a entrega imediata, frente a negócios em até R$ 30,50 por saca nas primeiras semanas do ano, crescimento de 3,8%.
A sustentação das cotações vem do excesso de chuvas no Brasil Central e no Paraná, que tem dificultado o avanço da colheita da safra de verão. De acordo com o analista Rafael Ribeiro, a preocupação é “com os possíveis prejuízos em termos de produtividade, principalmente devido às questões sanitárias, e também com o encurtamento da janela de plantio da segunda safra”.
Apesar dos preços firmes neste início de ano, as cotações estão 12,0% abaixo do registrado em janeiro de 2017. Os estoques elevados no país limitam as altas de preços no mercado interno, mesmo diante das incertezas acerca da safra 2017/2018.
Reflexo do andamento da safra
Em curto e médio prazos, a atenção seguirá voltada para o clima e para o andamento dos trabalhos no campo (colheita da safra de verão e andamento da semeadura da segunda safra). Em um cenário mais favorável para a colheita, a expectativa é de que os preços caiam no mercado interno com o aumento da disponibilidade interna, conforme avança a colheita no país.
“O avanço previsto na colheita do milho de primeira safra ou milho de verão agora em fevereiro, com as chuvas dando uma trégua no Sul do país, se concretizado, deverá diminuir esta pressão que hoje é basicamente em função das especulações acerca do clima e possíveis impactos nas produtividades das lavouras”, explica o analista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro.
De qualquer maneira, a atenção continua no Centro-Oeste, onde estão previstas chuvas este mês, o que poderá continuar atrapalhando o andamento da colheita da safra de verão.