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Milho: preço e quebra deixam produtor cauteloso

Prejuízos decorrentes da safra 2015/2016 e cotação 25% menor que no ano passado fazem agricultor adiar a hora de vender

Fonte: Pedro Revillion/Palácio Piratini

Além do receio de não conseguir cumprir contratos caso ocorra perda de produtividade nesta safra, os produtores de milho estão segurando as vendas por causa do preço oferecido. No mercado futuro da BM&FBovespa, a saca para setembro é negociada em cerca de R$ 31. Esse valor é 25% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Essa situação faz com que produtores como Enéas Batistella fiquem cautelosos. Sua lavoura, em Santa Rita do Trivelato (MS), teve prejuízo de mais de R$ 1 milhão, causado pelo clima na safra 2015/2016. Parte da produção de 2017 vai ser para pagar dívidas do ano passado. Por isso, ele prefere esperar e evita fechar negócios antecipados para não correr o risco de ficar novamente sem renda.

“Nós tivemos problemas o ano passado com a seca, a gente não conseguiu cumprir os contratos e tivemos que pagar essas multas. A gente renegociou com as empresas e vai pagar agora na soja e no milho próximo. Por isso que estamos mais cautelosos neste ano em relação a venda futura”, diz Batistella.

Também produtor de milho, Lucas Costa Beber, comercializou até agora 40% da produção estimada, o necessário para cobrir os custos de produção. Ele também prefere esperar antes de vender mais sacas do cereal: “O mercado futuro está bem parado, está travado porque os produtores não têm coragem de vender mais”.

O broker Aldo Pelizzari trabalha com a exportação de grãos e até agora vendeu 80% menos do que havia comercializado um ano atrás. Ele acredita que uma alta do dólar estimularia as negociações, apesar de os preços ficarem abaixo do que foi registrado em 2016.

“Eu acredito que, quando o dólar passar de R$ 3,35, o produtor venha para vender mais safra nova. A gente teve uma safra cheia nos Estados Unidos, a gente teve incremento de volume na Argentina e com o mundo assim, abastecido, a tendência é de os preços caiam.”

Economista e analista de mercado, Amaryllis Romano alerta que, em tempos de calmaria, é preciso redobrar a atenção para aproveitar oportunidades de venda da safra: “Aquela máxima de que tem que fazer o preço médio, em momentos de mercado abastecido, assume uma proporção maior. Qualquer um dos vetores, pra cima ou pra baixo tem de ser acompanhado muito de perto e aproveitado pelo produtor. Dos dois lados, tanto por quem compra, quanto por quem vende”.

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