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Milho: preços alcançam melhor valor em 12 meses

Especialistas acreditam que o Brasil também deva ter produção menor devido ao atraso no plantio e a redução de área, o que seria mais um fator de sustentação para a cotação do cereal

Fonte: Canal Rural

A redução da safra de milho no Brasil e na Argentina, volatilidade do dólar e exportação crescente formam um cenário com tendência de alta no preço do milho em 2018. Diante disso, a remuneração já está começando a reagir, alcançando o melhor valor em 12 meses e contratos futuros com alta entre 1% e 1,5% nas duas primeiras semanas de fevereiro.

Por outro lado, como o  dólar também subiu quase 2% no mesmo período, a soma destas altas fez o preço do milho subisse no mercado interno. Pelo indicador Esalq/BM&FBovespa, que tem base Campinas (SP), a cotação até agora no mês está em torno de R$ 33 a saca, voltando ao valor de um ano atrás.

“A gente  teve uma ação conjunta do câmbio, que chegou na casa dos 3,30 junto com Chicago, que começou a reagir com as questões climáticas da Argentina. Então, os dois elementos em conjunto geraram uma oportunidade de venda para safrinha que moveu o mercado principalmente no Mato Grosso e sudoeste goiano”, disse o sócio-diretor da Agrosecurity, Fernando Pimentel.

O especialista acredita que o Brasil também deva ter produção menor de milho, devido ao atraso no plantio e a redução de área, o que seria mais um fator de sustentação para a cotação do cereal e que já faz alguns produtores se posicionarem para a segunda safra. “Nós podemos ter um quadro de volatilidade pro preço do milho a partir de maio e eu acho que é nisso que o produtor está se fiando. O produtor do Mato Grosso do Sul, já considerando que Santa Catarina vai produzir menos milho para a pecuária, já começou a entrar no viés de retranca”, disse Pimentel.

A estimativa da exportação de milho em 2018 é mais um indicador da tendência de alta para o grão. “A FCStone também tem uma perspectiva de exportar em torno de 30 milhões de toneladas e eu acho que a demanda internacional existe. O Brasil estaria bem posicionado com a nossa competitividade”, falou o diretor da INTL FCStone, Glauco Monte.

Mas vale lembrar que o dólar é sempre um componente importante para a formação de preço do milho e, com a volatilidade da moeda, pode vir oportunidades de negociação para o produtor. “Poderíamos trabalhar com o câmbio na faixa de R$ 3,20 a R$ 3,40, que é a faixa que ele tem apresentado nos últimos meses. Eu imagino muita volatilidade durante o ano e é algo que o produtor precisa ficar bastante atento, até porque eu acho que tem que aproveitar isso tudo ao seu favor para fazer a comercialização nos momentos corretos”, disse Glauco.

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