Mercado e Cia

Milho: Preços permanecem em alta no Brasil, mas coronavírus e possível oferta maior podem mudar cenário

Indicador ESALQ/BM&F Bovespa atingiu maior patamar nominal da série do Cepea, com a saca a R$ 59,04

No mercado interno, os preços do milho permanecem em alta, com a saca de 60 kg do cereal cotada ao redor de R$ 60,00. O Indicador ESALQ/BM&F Bovespa subiu 2,5%, somente na última semana, com a saca do grão, a R$ 59,04, o maior patamar nominal da série do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Segundo os analistas, a redução na oferta do grão e o maior interesse comprador permanecem dando suporte ao movimento de alta nos preços do milho no mercado doméstico. O sócio-diretor da MB Agro, José Carlos Hausknecht, afirma que esse cenário fez com que as cotações no Brasil se descolassem dos preços praticados no mercado internacional.

“Se pegarmos os preços do milho praticados no mercado internacional, eles estão caindo por conta dos efeitos da crise do coronavírus e também pela queda nos preços do petróleo”, explica Hausknecht.

Embora o cenário atual seja de firmeza nos preços, os especialistas apontam que fatores como o tamanho da próxima safra nos Estados Unidos e no Brasil e também os impactos do coronavírus na produção mundial podem afetar as cotações do cereal.

“Essa crise viral trouxe um componente novo para o mercado que é a saída abrupta dos investidores. Se não tivéssemos essa crise financeira, o milho não estaria recuando na Bolsa de Chicago (CBOT)”, disse o diretor do departamento de grãos da Datagro, Flávio França.

Diante de tantas incertezas, Hausknecht destaca que os produtores aproveitem as oportunidades para fechar contratos futuros. Por outro lado, França reforça que em uma situação de crise, “a melhor coisa que o produtor faz é ter o produto físico em seu armazém”.