Os preços futuros do milho negociados na B3, bolsa brasileira, registraram forte queda na sessão desta segunda-feira, 16. O vencimento maio/2020 caiu mais de 5%, atingindo limite de queda e o contrato setembro/2020 recuou mais de 3% ao longo do pregão.
O analista da INTL FCStone Jonas Pizzatto afirma que o mercado exibiu um movimento técnico de correção, após as recentes valorizações. Além disso, o receio em relação ao impacto do coronavírus na demanda também teria sido um fator de pressão negativa aos preços.
“Os mercados futuros de milho vinham subindo bastante nas últimas sessões, mesmo com as cotações da soja, milho, negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT), e o Ibovespa caindo. O único ativo que subia era o milho, então o mercado já estava precificado e acabou realizando lucros em detrimento ao coronavírus”, afirma Pizzatto.
Oportunidade para o produtor
O especialista ainda reforça que, até a entrada da “safrinha” de milho, entre junho e julho, o mercado interno ainda deve pagar um valor mais alto do que os praticados para exportação. Isso ocorreria porque os fundamentos permanecem altistas, os estoques finais da safra 2019/2020 são mais baixos, a safra de verão é menor nesta temporada e a demanda segue firme, até o momento.
“Porém, olhando para o segundo semestre, para a ‘safrinha’, até hoje, a bolsa brasileira pagava mais do que a exportação. Agora, com a queda registrada nos preços futuros, a conta voltou a ficar interessante para o produtor, já que o câmbio trabalha próximo a R$ 5”, ressalta o analista de mercado da INTL FCStone.
Com isso, os preços praticados nos portos brasileiros estão entre R$ 44 e R$ 45 a saca de 60 kg, acima dos registrados na bolsa brasileira para o contrato setembro, de R$ 43,50 a saca.