Mercado e Cia

Milho: produção do Brasil deve cair 3,4% após seca no Rio Grande do Sul

Consultoria INTL FCStone afirma que o estado está perto de perder a liderança na produção de milho verão na safra 2019/2020

A consultoria INTL FCStone revisou para baixo as estimativas de produção da primeira safra de milho. Segundo a empresa, a expectativa é que a safra do cereal caia 3,4% no Brasil, atingindo 25,7 milhões de toneladas.

O menor resultado esperado, segundo a FCStone, se deve à redução na produção do grão no Rio Grande do Sul. Nesta temporada, o estado deve ter queda de cerca de 20% na safra esperada, totalizando 4,8 milhões de toneladas, contra as 6 milhões de toneladas esperadas inicialmente.

 “O Rio Grande do Sul está perto de perder a liderança na produção de milho verão na safra 2019/2020”, disse a empresa em relatório. O recuo é consequência do clima quente e das chuvas irregulares na região.

De acordo com a analista de mercado Ana Luiza Lodi, este cenário é preocupante, uma vez que o Brasil passa por um momento de consumo aquecido e preços elevados do grão. 

“A região Sul concentra a maior parte da produção de aves e suínos. Existe, nesta e em outras regiões, um alerta em relação à possibilidade de faltar milho ou de este produto agrícola ficar muito caro. A demanda em 2019 foi muito grande e a maior parte do milho entra no mercado somente no segundo semestre do ano, com a safrinha. Os preços do cereal estão sustentados e uma oferta menor deve contribuir para esse cenário de preços altos, principalmente até se ter uma ideia mais concreta dos resultados da safrinha”, afirma.

Segunda safra de milho

 A INTL FCStone também estima um leve corte na produção do milho safrinha, passando de 72,1 milhões de toneladas, projetado em dezembro de 2019, para 71,97 milhões de toneladas. O recuo foi condicionado pela revisão de área em alguns estados, que apesar de pequena, levou o número do Brasil como um todo a ficar em 13,14 milhões de hectares, nível que ainda configura um recorde.

Soja 

Já a expectativa da safra de soja subiu de 121,6 milhões de toneladas, em dezembro, para 121,76 milhões de toneladas. Este novo número foi condicionado pela revisão da área plantada em Mato Grosso, que aumentou a área brasileira, alcançando 36,62 milhões de hectares.