Mais Milho

Milho - produtor de MT é obrigado a lidar com taxação, preço baixo e entrave logístico

O programa Mais Milho deste sábado, dia 4, visitou a família Cadore, de Primavera do Leste (MT), que falou sobre os desafios de plantar uma segunda safra do cereal no estado

Família Cadore, Mais Milho
Irmão da família Cadore conversam com o apresentador Glauber Silveira durante gravação – Foto: Mais Milho/ Divulgação

O programa Mais Milho deste sábado, dia, visita a família Cadore, de Primavera do Leste (MT). Administrada por quatro irmãos, a fazenda Santa Rita leva o nome em homenagem a mãe dos produtores. Uma história de sucessão familiar peculiar já que ao contrário de outros exemplos, nem todos são agrônomos. Um é contador, outro formado em mecanização, o mais novo é advogado. Apenas um dos filhos se formou em agronomia.

“Meu pai sempre deixou que a gente fizesse as coisas, nunca foi centralizador. Eu tenho muito orgulho dele ter feito assim, e isto se transformou num processo de transição natural”, conta Fernando Cadore, o agrônomo da família.

Primavera do Leste foi uma das primeiras cidades da região a plantar milho safrinha, hoje chamado de segunda safra em função do grande volume produzido. Por isto, o parque de máquinas da família Cadore já é preparado para a semeadura do grão.

“O milho otimiza nosso centro de custo em máquinas”, revela Fernando. Os Cadore plantam 100% da área com milho, cerca de 3 mil hectares, e utilizam a área de refúgio para preservar a biotecnologia.

“É um negócio, né? O milho te dá rentabilidade. Mas as coisas não acontecem de graça, a gente prima por genética, busca tecnologia, controla pragas, doenças e investe em fertilidade, corrige cálcio e magnésio, a cultura requer isto”, ensina Cadore.

Boa produção, baixa remuneração

Os produtores estão satisfeitos com a produção desta safra, mas reclamam do baixo preço pago pelo milho. E responsabilizam a falta de opção para vender o grão.

“Somos dependentes da exportação, agora a variação cambial está boa. Mas e quando a balança não favorece?”, questiona o produtor Marcos Bravin, que comemora o surgimento das usinas que fabricam etanol utilizando o milho como matéria prima.  

“A gente tem que acolher e abraçar estas iniciativas porque vai depender disto a produção de milho para as próximas gerações”, diz.

Logística

A logística foi um dos assuntos mais conversado entre o apresentador Glauber Silveira e os convidados do Mais Milho deste sábado. Os produtores rurais reivindicam a abertura do transporte ferroviário, que hoje oscila 5% a mais ou a menos de preço na comparação com o modal rodoviário. Enquanto novas rotas estão em um horizonte ainda difícil de ser tocado, a solução pode ser caseira.

“A gente tem que aprender a usar o que já tem de maneira viável. Não é concebível ter uma ferrovia a 130 quilômetros daqui e não conseguir utilizá-la. Até ter outras opções, por que a gente não usa as que já tem?”, questiona Fernando.

Taxação do milho

Os produtores de Mato Grosso estão inconformados com a taxação sobre o milho imposta pelo governo estadual. No Mais Milho deste sábado não foi diferente.  Os convidados Fernando e Dilson Cadore e Marcos Bravin reclamaram do tributo.

“Falamos de várias pragas, mas a praga nova que a gente não tem controle é o governo estadual com esta taxação em cima do milho que chega a 2,5% no bruto, e no líquido vai a 10% podendo alcançar 15%. Num estado onde fomos pioneiros e desenvolvemos a economia, está faltando diálogo do governo”, desabafa Marcos Bravin.

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