Os desafios para vencer na safra 2022/23 são muitos. Além da logística, conseguir semear o milho segunda safra dentro da janela ideal, com intuito de garantir boa produtividade e minimizar problemas causados por pragas e doenças. A aposta dos produtores em Mato Grosso do Sul diante das provocações do clima está sendo a tecnologia.
Em solo sul-mato-grossense desde 1997, quando migraram do Rio Grande do Sul, a família Burgel deve semear na segunda safra 12,8 mil hectares de milho entre as propriedades localizadas em Campo Grande, Nova Alvorada e Sidrolândia. A área total, segundo a família, cresceu 2,8 mil hectares ante a safra passada.
“Tem bastante desafios para a gente conseguir vencer. Primeiro a logística de escoamento da safra. Bastante chuva. Nesse meio tempo a gente vem conseguindo com os novos tipos de plantadeiras, mesmo com alta umidade no solo, ainda fazer a semeadura. É uma plantadeira alta, então a gente consegue em período de mais chuva adiantar muito o plantio por conta do vão dela maior”, comenta Diego Burgel.
Segundo Diego, ao lado de seu pai Nelson e de seus irmãos, eles começaram um novo projeto de plantio nas propriedades que é o “plantio de sistema”.
“É o plantio, na verdade, de antecipação de adubo e fazer o potássio e o nitrogênio no milho. Então, nesse meio tempo a gente consegue acelerar o plantio”, explica.
Cultivares e pivô fazem parte da estratégia
As expectativas da família Burgel são positivas para a segunda safra do milho. Estão de acordo com as estimativas da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) para o estado. Segundo a Companhia, a área estimada de plantio em Mato Grosso do Sul é de quase 2,5 milhões de hectares, um aumento de 5,4% em relação ao ano passado.
A produtividade média estimada é de cerca de 80 sacas por hectare e uma expectativa de produção de 11,206 milhões de toneladas.
A família na safra passada colheu 110 sacas por hectare de milho e nesta temporada espera 120 sacas. Além da aposta na tecnologia das plantadeiras e no plantio de sistema, a escolha das cultivares e o uso de pivô são outras apostas para driblar as adversidades.
“A gente tem hoje no mercado material com ciclo super precoce, que pode entregar para o produtor tanto produtividade quanto sanidade boa em caso de enfezamento”, salienta a engenheira agrônoma, Lívia Rohr.
Diego pontua que a “chuva normalmente é solução. A gente sempre precisa dela e precisa do sol também. Então, a gente precisa dos dois juntos”. E, seu pai Nelson Burgel completa “umidade é sempre bem-vinda. Sem umidade a gente não produz. E se faltar tem o pivô”.
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