O milho terminou a semana com preços mais altos na Bolsa de Chicago. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os contratos futuros foram sustentados pelas preocupações geradas pela previsão de clima frio no cinturão agrícola dos Estados Unidos, que pode prejudicar as lavouras recém-plantadas.
Os preços do milho também foram sustentados pela expectativa de que a China cumpra o combinado na fase um do acordo comercial com os Estados Unidos e compre mais volumes do grão norte-americano, informa a consultoria.
Na semana, a posição julho acumulou alta de 0,24%. Mas qual será a tendência para esta semana? O analista Paulo Molinari elencou os principais pontos de atenção. Confira:
- O plantio está acelerado nos Estados Unidos devido ao clima seco no Meio-Oeste. Cerca de 51% da área prevista já foi cultivada, bem acima da média para o período, que é de 39%;
- Frio e geadas em parte do Meio-Oeste nesta semana não devem trazer grandes mudanças no perfil da safra, talvez algum replantio;
- Maio deverá ser um mês seco no Meio-Oeste e algumas questões de germinação e desenvolvimento podem surgir já neste mês;
- Exportações dos EUA não avançam para ajudar o quadro de escoamento dos estoques.;
- Petróleo em leve recuperação ainda não é um ponto de reversão para a situação da indústria de etanol nos EUA;
- Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) com consenso para uma projeção de safra recorde nos EUA em 2020, de 396 milhões de toneladas e estoques saltando para 86 milhões de toneladas. Mesmo com algum corte, ainda é um quadro de excesso de milho no mercado local e isso não ajuda os preços na Bolsa de Chicago;
- O clima agora prevalecerá na volatilidade da bolsa, pois é o único indicador capaz de conter esta forte elevação de estoques;
- O quadro interno é de preços firmes, mas mais estáveis. Até a entrada da segunda safra, em julho, o mercado interno dispõe de 45 dias de abastecimento e movimentos de preços ainda podem surgir;
- Quebra de safrinha é mais um dado de retração de oferta daqui para frente, com perdas no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo;
- Corte de demanda interna potencial é de 3 milhões de toneladas para o ano, o que vai sendo compensada pela quebra da safrinha;
- O volume de exportações no ano esta projetado em 30 milhões de toneladas, para um estoque de passagem de 9 milhões de toneladas. Um aumento dos embarques na exportação reduzirá estes estoques para 2021.