Durante o Fórum Soja Brasil na Expointer 2015, o analista da consultoria Safras & Mercado Paulo Molinari traçou o cenário econômico para a próxima safra. Segundo o consultor, o produtor não deve apostar em um câmbio mais alto em 2016 para começar a vender a safra.
– Os índices estão muito voláteis neste ano. Há três safras é difícil fazer uma projeção, mas 2015 estão com muita volatilidade. O produtor assumir uma safra com custos altos, apostando no câmbio mais alto em 2016 é arriscado. É imprevisível. O cambio pode voltar para R$ 2,90 e Chicago a US$ 9,00 bushel, o que não é muito bom – explica.
Um ponto destacado pelo consultor de mercado é o alto índice de vendas antecipadas, quase 30% contra 10% na safra passada. Paulo Molinari acredita que o preço está bom e regiões mais atrasadas nessa comercialização, como o Sul, devem aumentar as negociações.
– Os preços atuais cobrem nossos custos de produção. Nossa maior preocupação nesta safra é evitar o descolamento entre custos e preços da soja. O volume de vendas antecipadas é alto porque os preços estão bons – comenta.
Câmbio deixa dúvidas sobre lucro
Na apresentação sobre competitividade no Fórum Soja Brasil – Custos de produção, o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Mauro Osaki mostrou um levantamento em que compara os custos de produção nos três principais produtores mundiais de soja: Estados Unidos, Brasil e Argentina.
O estudo mostra que na Argentina é mais barato produzir soja, enquanto o produtor brasileiro e norte-americano enfrentam safras mais caras. A pesquisa traçou os custos de 2009 até 2014, e a projeção é que em 2015 os gastos com produção seja o maior da série histórica.
– Nos últimos três anos, a rentabilidade vem recuando. Dentro da lavoura, a produção brasileira é competitiva, mas o câmbio me deixa em dúvidas. Não há margem para erro – alerta o pesquisador do Cepea.
Um dos itens que mais prejudica a renda do produtor é o fertilizante, responsável pela maior parte do custo total da safra e cotado em dólar. Osaki mostrou também que o custo com semente segue aumentando nos Estados Unidos e isso pode impactar nos próximos anos na safra brasileira.
Para mais informaçõe da safra de soja, acesse o site do Projeto Soja Brasil.