Um fato inédito está ocorrendo na comercialização antecipada do milho safrinha no Brasil. Cerca de 35% da produção brasileira já está comercializada, sinalizando demanda acima do padrão histórico. Analistas de mercado discutiram esse tema e trouxeram análises sobre o melhor momento para negociar o produto.
Segundo eles, nessa época o normal é que cerca de 10% da safrinha esteja fechada. O aumento deste ano demonstra uma demanda aquecida pelo milho brasileiro. “A comercialização já entrou bem, com 35% da safrinha futura, que vai ser entregue entre julho e setembro do ano que vem. Os produtores estão aproveitando as boas cotações que aparecem, os níveis efetivados variam de R$ 30 a R$ 34 reais nos melhores locais de Mato Grosso, chegando a R$ 42 no Paraná para milho de agosto de 2021. A exportação vai crescendo, os volumes vão crescer e temos o privilégio de, provavelmente, ver a China comprando grandes valores de 2021, como ela já está começando a comprar agora em 2020”,disse o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
O analista ARC Mercosul, Cristiano Palavro, também vê com otimismo este momento. “As vendas de soja já estão bem adiantadas e agora observamos também um forte adiantamento do milho safrinha 2021, principalmente em Mato Grosso. Isso ocorre pq os produtores estão encontrando boas margens dentro dos atuais níveis de preço e custo de produção”, avaliou..
Mato Grosso é, de fato, o estado mais avançado na comercialização do milho. Quase metade da produção prevista já está negociada. “Segundo dados do Imea divulgados no início deste mês, cerca de 40% do milho safrinha que será produzido no próximo ano já está negociado em Mato Grosso. É um fato relativamente inédito, e indica pontos interessantes como a demanda interna aquecida, tanto pela indústria animal e de etanol de milho, mas até mesmo quando consideramos os níveis de exportação para o próximo ano, vemos índices atrativos”, avaliou Victor Ikeda, analista de grãos do Rabobank.