O mercado internacional de milho deve seguir impactado pelos números divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), segundo o analista Paulo Molinari, da consultoria Safras & Mercado. A entidade norte-americana elevou a projeção da safra 2018/2019 do cereal para 376 milhões de toneladas nos EUA, com produtividades recordes.
Para os estoques americanos, o órgão elevou de 40 milhões de toneladas para 45 milhões de toneladas, número ainda abaixo do estoque atual, de 51 milhões de toneladas. Para os estoques mundiais do grão, o USDA projeta algo em torno de 157 milhões de toneladas, quantidade mais baixa desde 2013.
Outro fator que segue no radar é que o presidente dos EUA, Donald Trump deve oficializar novas tarifas para US$ 200 bilhões de produtos chineses. A situação pode acentuar dificuldades de escoamento para a safra de soja norte-americana e complicar também o ritmo de colheita do milho.
No Brasil, o mercado interno do grão tem em setembro certa acomodação, devido à maior fixação das vendas por parte dos produtores rurais. Após essa pressão da comercialização, o mercado pode voltar a criar ambiente de alta interna.
As exportações estão estimadas em 4 milhões de toneladas em setembro, totalizando 11 milhões de toneladas no acumulado do ano. A expectativa é que os embarques sejam menores, entre 20 milhões de toneladas e 25 milhões de toneladas, devido à diminuição da safra.
A área do ciclo 2018/2019 de milho deve ser menor, puxada pelos altos preços da soja. Para o primeiro semestre de 2019, há grandes preocupações com concentração logística.