Analistas de mercado alertam sobre o preço de alguns componentes de fertilizantes que podem ficar mais caros daqui para frente.Como o preço dos grãos não está em um melhor momento, o produtor rural já faz contas para não amargar o prejuízo nos próximos meses. Marcos Fante, produtor de soja e milho na região de Bragança Paulista, em São Paulo, relata o temor de não ter dinheiro entre uma safra e outra.
“Nós vamos vendendo a produção para pagar uma conta aqui e outra ali, mas não sobra nenhum dinheiro para a gente e acabamos ficando descapitalizado”, disse.
Parte dos 100 hectares de milho em sua propriedade já foi colhido e, agora, a preocupação é com a safra verão. “Com este preço ruim do milho, espero secar junto com o sol para diminuir os custos”, disse.
O mercado de fertilizantes está aquecido no Brasil e, de acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), a quantidade de fertilizantes que entrou pelo porto de Paranaguá nos quatro primeiros meses do ano é 22% maior que o mesmo período do ano passado, chegando a 2,8 milhões de toneladas.
“Nós não vimos um bom volume de antecipação de compras para a safra verão, como é tradicional no Brasil, por dois motivos principais: a alta no preço nos fostatados e a preocupação dos produtores que estavam contando com preços mais altos para a safrinha”, disse o consultor de fertilizantes da FCStone Marcelo Mello.
O produtor Marcos fez a pesquisa de preços para a compra do produto para safra de milho e chegou ao valor de R$ 1200 pela tonelada do produto, mas o preço do milho tem sido um problema. “Estava bem melhor no ano passado, que nessa mesma época atingia R$ 38 a saca e conseguimos pagar as contas do ano e as atrasadas do ano anterior, Agora, terei que procurar um custeio do banco para fazer um financiamento para comprar adubo”, comentou.
Para o analista, é melhor o agricultor se antecipar porque o fosfatato está em elevação e isso pode encarecer ainda mais o produto daqui pra frente. “Eu diria que o fosfatato estava caro em fevereiro, mas agora ele voltou ao preço adequado e é possível que ele volte a subir um pouquinho porque todo mundo sabe que o Brasil vai produzir uma safra de verão grande e vai precisar do produto”, falou.